Jornalista do Intercept Brasil discute Vaza-Jato com estudantes de jornalismo

Autor: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo

É bem possível que não haja um eleitor sequer que desconheça a expressão “Lava Jato”. Iniciada em 2009, a operação anticorrupção dividiu a história da política nacional em “antes e depois”. Um novo episódio teve início no dia 9 de junho de 2019, quando o site The Intercept Brasil começou a divulgar uma série de diálogos entre autoridades jurídicas do país que aconteceram por meio do aplicativo Telegram.

Integrante do Intercept e co-autor das reportagens conhecidas como “Vaza Jato”, o jornalista Rafael Moro Martins participou de um debate no último dia 24 de junho com os estudantes de Jornalismo da Uninter no campus Tiradentes, em Curitiba (PR). A “Vaza Jato” trata da divulgação de mensagens privadas trocadas pelo juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, com integrantes do Ministério Público Federa que atuam na Lava Jato.

Rafael já trabalhou para o jornal Gazeta do Povo entre 1998 e 2000, foi colaborador da Revista Piauí, Valor Econômico, UOL, Agência Pública e Folha de S. Paulo. É colega do professor da Uninter Alexsandro Ribeiro no site de jornalismo independente Livre.jor.

Segundo Rafael, as conversas vazadas chegaram à redação do Intercept em um e-mail – ainda não se sabe a fonte do material, cuja identidade é protegida pelo artigo 5º da Constituição de 1988, no qual se lê que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

Entre os debates suscitados pela publicação está a questão ética na divulgação de mensagens privadas. Rafael explica que houve muita discussão na redação do The Intercept sobre isso. Por fim, os jornalistas entenderam que se tratava de um caso em que o interesse público se impunha sobre o direito à privacidade. “É direito informar algo que é de interesse público”, explica.

A publicação iniciou um caloroso debate na sociedade brasileira sobre a atuação de Sérgio Moro na Lava Jato. Diversas autoridades políticas e jurídicas do país têm se pronunciado sobre a questão, colocando-se em lados opostos. “Nas democracias mais avançadas, a imprensa tem essa missão de fiscalizar governos, poder judiciário, empresas”, afirma Rafael, ressaltando que no Brasil a imprensa ainda é hostilizada por fazer o seu trabalho.

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Autor: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo


2 thoughts on “Jornalista do Intercept Brasil discute Vaza-Jato com estudantes de jornalismo

  1. Deve ter sido um excelente debate. Que mais eventos como esse sejam realizados, trazendo profissionais do Jornalismo para trocar experiências com os alunos. Mas poderiam disponibilizar a transmissão desses eventos para os alunos do curso de Jornalismo EaD, não é? Muitos alunos do curso a distância moram em cidades pequenas que não são privilegiadas por seminários, simpósios e debates da área de jornalismo, e a transmissão desses eventos seria uma forma de nos aproximarmos mais da experiência do curso presencial.

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