Vaga remanescente do Prouni ajuda paranaense a escrever uma nova história

Andressa da Rosa – Jornalista

O último Censo Agropecuário, divulgado em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou forte tendência na queda do êxodo rural no Paraná – fenômeno presente nas últimas três décadas no Estado. Porém, muitos ainda apostam na mudança para capital como esperança para uma vida melhor.

Este é o caso do estudante Eduardo Marcomini, que há seis anos decidiu trocar a cidade natal, Ibaiti, por Curitiba. Terceiro dos quatro filhos de uma típica família do interior, cresceu diante de dificuldades para ir à escola, enfrentando a distância, as estradas e o ônibus escolar que estragava com frequência ou não passava.

“Ao completar 15 anos, decidi sair da casa dos meus pais e morar com minha avó para poder trabalhar e estudar. Lembro que precisava viajar 18 km até o colégio e que trabalhava em um mercado onde fui de repositor a açougueiro. Sempre tive muita força de vontade e dedicação, pois acreditava que um dia ainda faria um curso superior”, relembra.

Em 2010, Marcomini resolveu fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No ano seguinte, com a confirmação de que tinha conseguido uma bolsa de 50% do Programa Universidade para Todos (Prouni), ele passou por uma das maiores transformações da sua vida. “Precisei tomar uma decisão muito difícil. Saí do trabalho no mercado, deixei toda a minha família e vim para Curitiba”, comenta emocionado.

Beneficiado pelo Prouni, o ibaitiense começou a cursar História na UNINTER, com uma bolsa de 50%. Porém, percebendo que desejava outro caminho, transferiu para Pedagogia.

Pouco tempo depois ele soube da existência de bolsas remanescentes do Programa. “Certo dia, ao acessar o site da Uninter, vi a publicação do edital, e percebi que poderia concorrer. Alguns dias tive a resposta de que havia conseguindo uma bolsa integral. Se eu não tivesse conseguido a bolsa, hoje eu não estaria no ensino superior”, acrescenta.

O reitor da Uninter, Benhur Gaio, explica que as vagas remanescentes são aquelas que não foram preenchidas nas chamadas regulares e que alguns critérios precisam ser preenchidos para obter uma das bolsas.  “A opção não está disponível apenas para quem está iniciando a graduação, pode ser para alunos que já estão cursando, mas estão com dificuldades financeiras, por exemplo. A questão de conseguir bolsa parcial ou integral também depende da renda”.

Cheio de sonhos, o estudante acredita que é possível mudar o atual cenário da educação no país. “Quero estar em contínuo processo de aprendizado, reinventando e criando novas formas de ensinar.  Quero que todos tenham as mesmas oportunidades, estudem, se dediquem e acreditem que vale a pena sonhar”, conclui o acadêmico de Pedagogia.

Edição: Mauri Konig



 

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