O que as mulheres já fizeram por nós

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

O dia 8 de março não é apenas uma data para se presentear e agradar as mulheres. Trata-se de um marco nas lutas históricas das mulheres por seus direitos. Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher é a data que nos lembra da necessidade de luta pela igualdade de gênero.

Um dos fatos históricos lembrados por essa data é o incêndio ocorrido na fábrica de Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, em 1911. Nesse dia morreram 146 pessoas, sendo 125 mulheres, o que revelou as péssimas condições que elas enfrentavam para poder garantir o sustento de suas famílias.

Para lembrar da luta pela garantia dos direitos que as mulheres vêm conquistando com tanto esforço ao longo dos anos, a Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter realizou no dia 08.mar.2021 um encontro virtual com professoras dos cursos da área da saúde.

O diretor da Escola, professor Rodrigo Berté, participou da abertura e afirmou que “esse evento é justamente para fazermos um debate especial no dia internacional da mulher. Temos de provocar as pessoas no sentido de rever certos conceitos, rever a participação da mulher na sociedade. Nós temos muitas mulheres que nos inspiram, a nossa mãe, por exemplo, pois ela é quem ajudou a criar e educar cada um de nós”.

Berté trabalha junto ao Conselho da Comunidade na Comarca da Região Metropolitana Sul, que atende os municípios de Fazendo Rio Grande, Mandirituba e Agudos do Sul, todos no Paraná, onde é feito um trabalho de combate à violência doméstica e familiar, um problema que ainda afeta milhares de mulheres no Brasil. “Hoje nós temos um canal de comunicação para a mulher que sofre violência doméstica, que é o telefone 180. Se a mulher se sentir agredida, ou em algum momento prejudicada, ela pode ligar no 180”, explica Berté.

O diretor destacou que muitas mulheres sentem medo de denunciar os agressores pelo fato de eles serem os provedores financeiros de suas casas. Muitas mulheres ainda estão restritas a cuidar do lar e dos filhos, e como não se possuem uma ocupação remunerada, ficam reféns não só das agressões, mas também do medo.

A professora Ivana Busato, coordenadora dos cursos de Gestão Hospitalar e Gestão em Saúde Pública da Uninter, fez a mediação do evento, e convidou professoras dos cursos da Escola para darem depoimentos.

Adriane Brun Baglioli, coordenadora do curso de Serviço Social, contou que a mulher inspiradora para ela era a avó. Segundo Adriane, sua avó era uma mulher à frente de seu tempo, descendente de bugres, costurava desde os 11 anos de idade, amava ser costureira, ajudou a pagar a faculdade de Adriane e viveu até os 100 anos.

“Quero dar parabéns a todas as mulheres, que são mães, filhas, esposas, trabalhadoras, batalhadoras, pessoas que se reinventam todos os dias. Mulheres que lutam pelos seus direitos sociais, econômicos, políticos, culturais, pelo direito à vida, mulheres que não podem esquecer dos sonhos apesar da dureza do dia a dia”, conclui Adriane.

Ivana direcionou uma mensagem às estudantes da Uninter: “Que nenhuma mulher mais precise abdicar dos seus sonhos, que as mulheres se deem as mãos e puxem umas às outras, e todas realizem os seus sonhos. Esse é o meu lema, nunca deixar alguém para trás, e que cada mulher seja o que ela quer ser, quando quiser, e da maneira que achar melhor”, disse.

Patrícia Rondon, professora do curso de Farmácia da Uninter, lembrou que a seringa que hoje é usada para aplicar diversas vacinas, inclusive a vacina contra a Covid-19, foi inventada pela enfermeira Letitia Mumford Geer (foto), nascida em 1852 e falecida em 1935.

Nathaly Jimenez, professora do curso de Biomedicina da Uninter, mencionou a médica pediatra Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, que coordenou por muitos anos o movimento que reduziu drasticamente a mortalidade infantil no país.

No encerramento do encontro, a professora do curso de Estética e Cosmética, Rita de Cassia Alberini, que trabalha há 39 anos na área, relatou que na sua profissão, além de realizar cuidados estéticos, ela também acaba de alguma forma lidando com os sentimentos das mulheres. Muitas de suas clientes relatam que sofrem agressões psicológicas por parte dos companheiros, que tentam diminuir sua autoestima, e diminuir a importância da figura feminina.

“Essas agressões podem resultar em doenças, pois a baixa autoestima pode baixar a imunidade de uma pessoa. Temos que ajudar as mulheres que são agredidas psicologicamente, pois muitas delas precisam de incentivo para não abandonar suas carreiras profissionais, seus sonhos, seus projetos”, conclui Rita.

Você pode assistir ao vídeo completo na página Escola de Saúde, Meio Ambiente, e Humanidades – Uninter, no Facebook.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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