Educação que acolhe: curso de língua portuguesa para estrangeiros forma segunda turma

Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo

Ser imigrante não é fácil. Em um país diferente, a sensação de deslocamento de quem deixou a terra natal se junta aos  anseios e frustrações na busca por melhores condições de vida.

Na trajetória de integração em um país de cultura diferente, as diferenças linguísticas podem estabelecer fronteiras por vezes instransponíveis. E é nesta hora que o acolhimento e a educação podem mudar os rumos de uma caminhada.

Diante desafios de comunicação enfrentados por imigrantes que chegavam até Dois Vizinhos (município paranaense localizado a 100km da fronteira com a Argentina), Ana Justa de Mendonça se inspirou a agir. Nasceu nela o desejo de promover condições de vida mais dignas aos imigrantes, por meio do ensino da língua portuguesa. Esse sonho ela cultivou por quase uma década, até que, em 2019, ele ganhou contornos de realidade.

Ana cursava licenciatura em Letras pela Uninter e decidiu buscar o apoio da instituição para viabilizar aquele desejo antigo. Ela procurou a gestora do polo da Uninter de Dois Vizinhos, Sirlei Talau, em busca de apoio para proporcionar espaço, visibilidade e certificação para a realização do curso.

Desta forma, nasceu o Projeto Social Intercultural de Ensino da Língua Portuguesa para Estrangeiros e Assistência Social (PSIELPEAS), que trata do acolhimento linguístico aos estrangeiros (migrantes, refugiados e apátridas).

No primeiro ano de atividades, em 2019, foram 26 alunos beneficiados. Uma conquista significativa tanto para o projeto quanto para o polo de Dois Vizinhos (PR).

Mas, tal qual uma viagem que precisa ser interrompida devido aos contratempos encontrados no caminho, a iniciativa teve que ser suspensa no ano seguinte em virtude da pandemia.

Essa foi uma parada indesejada, mas não o ponto final. Em 2021, as ações foram retomadas gradativamente, alinhadas aos protocolos sanitários necessários para o atendimento presencial. Além disso, aulas remotas foram realizadas para possibilitar suporte a quem precisava estar em isolamento. Na segunda turma, foram 55 alunos formados. O resultado desta ação se concretizou com a entrega de certificados no polo no dia 10 de junho de 2022.

“Foi um aprendizado ímpar, porque além de ensinar o português e promover a autonomia, também dividimos conhecimentos culturais e sentimentos. Amparamos e fomos amparados emocionalmente devido ao momento que a sociedade enfrentava,” destaca a egressa.

Para a gestora do polo que apoiou a iniciativa, o sucesso do projeto ao promover a integração dos estrangeiros também motivo de orgulho. “Devido à grande demanda de recebimento de imigrantes em nossa região, cedemos o espaço para iniciarmos o projeto e realizamos o trabalho com muito profissionalismo, incluindo avaliações e provas que validam positivamente tanto ensino quanto a prática dos alunos”, afirma a gestora.

Agora o projeto segue atuante, promovendo inclusão social por meio da educação. A turma atual conta com 38 inscritos, que terão um incentivo para se inserir na sociedade brasileira.

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Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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