Rede une país para colocar criança na agenda política

 

Letícia Costa – Estagiária de Jornalismo

Há 24 anos, em 23 de julho, oito crianças e adolescentes entre 11 e 19 anos foram mortos a tiros por policiais militares enquanto dormiam na frente da igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Depois de repercutir no mundo todo, a chacina foi caindo no esquecimento. Não para uma rede de organizações de direitos humanos, que há 12 anos luta pelos direitos das crianças em situação de rua.

Essa rede de organizações lançou há 10 anos a campanha “Criança Não é de Rua”, com uma série de seminários simultâneos em todo o país. Neste ano, por exemplo, no mês de abril foram realizadas 19 reuniões estaduais, com dez representantes à frente da campanha em cada uma das cinco regiões do país. O objetivo é construir políticas nacionais voltadas para o atendimento das crianças e adolescentes em situação de rua.

“Nós vemos a necessidade de pautar a temática ‘criança e adolescente em situação de rua’ porque todos os segmentos têm uma política nacional. A exploração infanto-juvenil e o trabalho infantil, por exemplo, têm uma política. As crianças e adolescentes em situação de rua não têm, por isso temos que retomar a pauta. Assim, criamos um grupo de trabalho no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente para criar diretrizes e estamos construindo uma política nacional”, diz Maria Meira, coordenadora da ação na região Sul.

Em Curitiba, o seminário foi realizado no último dia 26 no campus Carlos Gomes do Centro Universitário Internacional Uninter. O evento contou com a profissionais e estudantes de Curitiba, Londrina e Ponta Grossa, além de integrantes dos centros de referência de assistência social (CRAS e CREAS).

Assistente social em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, Cintia Aparecida Batista, 46 anos, conta que ficou sabendo do evento através das redes sociais e também compartilhou com os colegas de trabalho. Para ela, que trabalha atendendo crianças e adolescentes, esse foi um momento de aprendizado, apesar dos seus 10 anos de atuação na área. “É um momento de qualificação pensando na implementação dos serviços voltados para esse público em situação de rua”, diz.

Conforme dados de 2015 da Organização das Nações Unidas, mais de 150 mil crianças e adolescentes vivem nas ruas em todo o mundo, a maioria entre 12 e 15 anos e 70% do sexo masculino.

Edição: Mauri König

 

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