Práticas Integrativas e Complementares previnem doenças e transformam vidas

Autor: Nayara Rosolen - jornalista

Aos 20 anos de idade, Polliana Branco sofreu um acidente que deixou não apenas lesões físicas, mas também emocionais. Na ocasião, perdeu os pais e o irmão e passou seis meses internada em um hospital, lutando a princípio pela própria vida e depois para sair com o menor número de sequelas.

O período desafiador que poderia ter minado suas esperanças, na verdade se tornou motivação para transformar a vida de outras pessoas. E é o que a egressa do curso de Tecnologia em Práticas Integrativas e Complementares (PICs) da Uninter continua buscando, 28 anos depois.

“A vida me deu uma nova chance, pude me recuperar, com algumas sequelas físicas, as quais não me limitaram para conseguir terminar a faculdade e construir uma nova família”, lembra.

Na época, a jovem estudava Arquitetura e Urbanismo e, mesmo depois de estar com a profissão estabelecida, sentiu que existia um propósito maior. Foi então que lembrou do que a ajudou no período de recuperação, ainda no hospital: as práticas holísticas, como eram conhecidas as práticas integrativas e complementares.

“Dediquei-me a estudar as práticas que me tocaram de alguma maneira e fizeram diferença na minha recuperação e na minha condição emocional. Fiz diversos cursos e formações, iniciei alguns atendimentos, porém não eram suficientes para que eu tivesse mais clareza e segurança em auxiliar as pessoas”, conta.

Polliana diz que até 2019, quando ingressou para a primeira turma do curso na Uninter, só encontrava a formação em outras instituições a nível de pós-graduação e que estes cursos não contemplavam a base da área da saúde com a profundidade com que o curso do centro universitário forneceu já no primeiro ano de estudo.

Com o curso finalizado no ano passado, a profissional continua atuando na área de arquitetura, que ainda é um suporte financeiro, mas concilia com o trabalho de práticas integrativas dentro de uma clínica médica, mais especificamente com aromaterapia, floralterapia, reiki e auriculoterapia.

“Estudar e praticar terapias que um dia foram efetivas no meu tratamento só me faz ter certeza de estar no caminho certo. O ser humano é integral e complexo, então necessita deste olhar para que possa ser tratado dentro da sua singularidade. Essa é a razão pela qual as práticas integrativas são efetivas, porque auxiliam no bem-estar e prevenção de adoecimento, assim como são adjuvantes essenciais no tratamento de muitas doenças e do sofrimento humano”, afirma.

Práticas nota máxima

Primeiro curso de ensino superior do Brasil que carrega o nome de Práticas Integrativas e Complementares, o tecnólogo da Uninter alcançou as cinco estrelas e é nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC).

Na busca por desenvolver um profissional de saúde moderno com habilidades para cuidar do indivíduo de maneira integral, o professor Vinicius Bednarczuk, coordenador do curso à época da avaliação, acredita que o desempenho se deve ao pioneirismo, pois é uma área da saúde que demanda especialistas com capacidade técnica e que ainda sofria de carência de profissionais.

“Antes do reconhecimento, foram dias de bastante trabalho para revisar toda a documentação do curso, e, durante o reconhecimento aquela ansiedade para que não ficasse dúvida sobre o curso para as avaliadoras, porém, quando recebi a nota tive uma sensação de muita felicidade e de dever cumprido, pois sabia da necessidade dos discentes e egressos sobre o reconhecimento do curso”, conta Bednarczuk.

O curso tem a duração de dois anos e carga horária de 1.980 horas. No primeiro ano, são abordadas as disciplinas básicas e fundamentais, como anatomia humana, fisiologia, política nacional de saúde, farmacologia e comportamento empreendedor, por exemplo. Já no segundo e último ano, os estudantes têm a oportunidade de se aprofundar em disciplinas específicas, como terapia dos florais, terapia ayurveda, reflexologia podal, auricoloterapia, terapia bionenergética, reiki e imposição de mãos.

“Por meio de técnicas tradicionais que buscam reestabelecer o equilíbrio da saúde no aspecto físico, mental e espiritual”, complementa o professor.

Para a atual coordenadora da graduação, Patrícia Gallina, alguns diferenciais são as práticas que os estudantes são estimulados a fazerem em casa para que possam se envolver cada vez mais na profissão, com a oportunidade de realizar estágios não obrigatórios que possibilitam o contato direto com o campo de atuação e com profissionais que atuam diretamente com as práticas integrativas.

“A nota máxima obtida pelo MEC demonstra a qualidade do ensino ofertado aos alunos”, afirma Patrícia.

Quando Polliana ingressou no curso, a graduação ainda não havia passado por uma avaliação, mas diz que “se hoje fosse buscar, a nota seria um pré-requisito. Fico muito feliz por ter me graduado em um curso que hoje possui nota máxima”, garante.

De acordo com a egressa, a partir da graduação ela pôde ter mais segurança nos atendimentos, já que possui maior conhecimento da área da saúde, como anatomia, farmacologia, patologia e epidemiologia. Agora, durante os atendimentos consegue fazer “a anamnese com mais assertividade e segurança. A Uninter deu ênfase a esses conhecimentos, o que nos torna profissionais com diferencial”.

“Ao ter conhecimento desta área, podemos entender e/ou visualizar as questões de saúde e doença e seus sinais e sintomas. Sem esse conhecimento, os atendimentos eram reféns de métodos primários. Com a graduação, é possível fazer parte de um corpo de profissionais da saúde, principalmente estudar e debater junto aos médicos, onde podemos trocar experiências e discutir casos diversos, para que as Práticas Integrativas possam ser um complemento dos tratamentos convencionais. Penso que não podemos cuidar de um ser humano sem o prévio conhecimento de seu funcionamento e tudo que o afeta”, diz.

Agora, além de desejar estar ao lado e poder ajudar pessoas que estão passando por momentos desafiadores, como os que passou, Polliana pretende definir o nicho de trabalho e construir uma metodologia de atendimento. A profissional diz estar “muito propensa” a acompanhar pacientes com cuidados paliativos.

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Autor: Nayara Rosolen - jornalista
Edição: Larissa Drabeski


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