Pandemia exige cuidados em navegação nas redes sociais

Autor: Arthur Salles - Estagiário de Jornalismo

Já indispensáveis em tempos comuns, as redes sociais ganharam ainda mais importância durante a pandemia do coronavírus. Suas utilidades ultrapassaram o mero lazer e tornaram-se importantes ferramentas de trabalho, principalmente em regimes de home office. Ainda que existam protocolos próprios definidos pelas empresas, é importante que cada usuário saiba utilizar de maneira adequada as redes sociais: da descarga emocional à otimização do trabalho, são esses meios que conduzem boa parte das atividades diárias das pessoas.

A Uninter, por meio do setor de Gestão de Pessoas, tem orientado seus profissionais sobre como conciliar a dinâmica do teletrabalho com a saúde física e emocional. Com mediação das colaboradoras Elisandra Wolski e Rosilaine Morfinato, a I SIPAT 360º Uninter recebeu em 23.set.20 a professora de Marketing Digital Maria Carolina Avis para dar dicas de como utilizar as redes sociais com eficiência durante o isolamento social.

O primeiro obstáculo identificado por Maria Carolina são as fake news. Na maior parte das vezes, o compartilhamento de conteúdo falso é feito pelo WhatsApp. O aplicativo hoje é a principal fonte de informação de 79% dos brasileiros, diz uma enquete realizada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. A especialista afirma que, por se tratar de uma interação entre pessoas mais próximas, a suspeita de que a mensagem seja falsa é menor do que quando comparada ao que é compartilhado no Facebook, onde os grupos são mais distantes.

Em uma análise deste ano, a empresa de consultoria App Annie aponta que o Brasil é o terceiro país no mundo que mais navega em aplicativos de celular, com uso médio de 3h45 por dia a cada pessoa. Embora a conexão seja intensa, muitos brasileiros têm dificuldade em analisar a veracidade do conteúdo que consomem. Um levantamento da empresa de cibersegurança Kaspersky com o instituto de pesquisa CORPA mostra que 62% dos usuários de internet no Brasil não diferenciam desinformação de conteúdo verídico.

As fake news chegam a circular 70% mais do que as notícias verdadeiras, ressalta um estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Além da possível falsidade do conteúdo, as mensagens podem ser veiculadas como opiniões pessoais ou propagandas em forma de notícias. “Cabe a nós, que recebemos a informação, parar de repassá-la. Analisar [a informação] antes de passar para frente”, afirma Maria.

A facilidade na transmissão de conteúdos vem acompanhada da extensa coleta de dados feitas pelas redes sociais. Cada interação feita por um usuário na internet é contabilizada e refinada para a personalização do internauta. Dessa forma, as redes são capazes de definir o que é mais e menos relevante a quem as acessa, direcionando também propagandas de marketing mais certeiras para cada perfil. “As empresas precisam coletar informações nossas. Isso tudo para que você tenha uma experiência mais especial na internet. Imagina só: se cada vez que você abrisse o Facebook ou o Instagram e não existisse essa coleta de informações, você veria mais ou menos 1.500 histórias. Seria impossível de você verificar o conteúdo de todo mundo”, explica Maria.

Essa personalização, embora facilite o acesso às redes sociais, também pode ser vista como uma forma de manipulação. A especialista em marketing relembrou um caso de 2012, quando o Facebook impulsionou publicações emocionais a fim de testar a reação dos usuários da plataforma. O “experimento” atingiu mais de 600 mil pessoas, classificado como um “contágio emocional em massa” por um artigo da Academia Nacional de Ciências dos Estados.

A busca pela perfeição nos feeds das redes sociais passa diretamente por filtros que descaracterizam o usuário. Um estudo da Royal Society para Saúde Pública, publicado em 2017, informa que a taxa de depressão e ansiedade entre jovens aumentou 70% nos últimos 25 anos. O mesmo grupo, entre 16 e 24 anos de idade, usa com frequência uma ou mais rede social. Os sujeitos da análise chegaram a relatar que têm consciência do aumento da ansiedade, uma vez que estão em constante preocupação com o que as outras pessoas pensam sobre as postagens nesses meios.

No isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, essas emoções são ainda mais instáveis. A UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) apontou em uma pesquisa que os casos de ansiedade e estresse aumentaram em 80% entre março e abril deste ano, enquanto a depressão dobrou entre os 1.460 entrevistados de 23 estados brasileiros.

A professora indica que é fundamental estabelecer horários para mexer nas redes sociais, separados dos períodos de trabalho ou lazer, como forma de controlar melhor os sentimentos. “Uns ficam mais sentimentais [na pandemia], outros ficam mais ansiosos, outros mais estressados. Nós estamos com os sentimentos à flor da pele”, finaliza Maria.

Confira algumas dicas passadas pela profissional para navegar com tranquilidade nas redes sociais.

  1. Em suspeita de ter recebido uma notícia falsa, verifique se a mensagem foi reencaminhada.
  2. Se uma mensagem tiver muitos erros de português, desconsidere-a.
  3. Não clique em links “quebrados”. Exemplo: unin.ter.com
  4. Faça o que tiver vontade. Não se submeta às vontades da maioria.
  5. Estabeleça horários e prioridades das atividades do dia a dia.
  6. Defina com qualidade quais contas seguir nas redes sociais.
  7. Nem toda notificação é uma urgência. Dê um tempo para verificar o celular.

A palestra de Maria Carolina fez parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Realizada online, a I SIPAT 360º é destinada a orientar colaboradores e gestores da Uninter em como manter uma boa qualidade de vida no trabalho. Para conferir a programação, acesse o Univirtus e procure pelo evento na aba “Ao Vivo”.

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Autor: Arthur Salles - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Oladimeji Ajegbile/Pexels


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