Mindfulness: o caminho para chegar ao topo da montanha

Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de jornalismo

O ano de 2020 tem sido desafiador para a maioria das pessoas. Com a pandemia do coronavírus, a população mundial foi pega de surpresa com as novas medidas de segurança e todas as mudanças que aconteceram externamente, e muitos não se deram conta do impacto emocional desta nova situação. É em momentos como esse que fica claro a necessidade de cada indivíduo buscar recursos para melhorar a saúde mental, reduzindo estresse e ansiedade.

A instrutora de mindfulness, Patrícia Thomaz, conversou com os colaboradores da Uninter sobre a melhora na qualidade de vida e a alta performance no trabalho, durante uma das palestras que aconteceram na Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT).

Para iniciar sua fala e explicar o quanto é importante ter uma mente saudável e lúcida, Patrícia apresentou a metáfora do alpinista: “O alpinista sabe onde quer chegar – no topo da montanha. Ele se prepara muito para isso, mas alguns fatores ele não consegue controlar, como os imprevistos da natureza e do clima. Portanto, o alpinista precisa estar com o máximo de concentração e foco para tomar decisões assertivas e de forma muito rápida. Ele precisa de alta performance, pois se não souber lidar com desafios não chegará ao topo da montanha”.

A especialista esclarece que qualquer profissional, mesmo não sendo alpinista, precisa estar com sua mente no momento presente para desempenhar suas atividades com excelência. Em tempos de pandemia, com mais de 6 meses de isolamento social, muitos fatores externos influenciam no organismo do ser humano, liberando hormônios que geram situações de estresse e estimulam o “cérebro instintivo”, sistema conhecido por ações reativas, de sobrevivência, luta e fuga.

Segundo Patrícia, para recuperar o controle e agir com mais lucidez, é preciso buscar a mente de alta performance, e a meditação pode ser a chave para encontrá-la. “A ciência já comprovou que meditadores mais experientes têm aumento da massa cinzenta. Com 8 semanas de prática é possível remodelar o cérebro, podendo ativar muito mais o córtex pré-frontal, da lógica, raciocínio e pensamentos complexos, neutralizando o comportamento reativo, instintivo e de fuga”, afirma.

O mindfulness é uma técnica de meditação laica, sem crença religiosa ou filosófica, para auxiliar a ter foco no presente e não nas expectativas para o futuro ou nos traumas do passado. A prática pode trazer benefícios no ambiente de trabalho: tomada de decisão sistêmica, melhora de concentração e memória, aumento de rendimento e produtividade, criatividade e performance sob pressão.

O famoso astro norte-americano do basquete, LeBron James, é praticante da técnica. Há alguns anos ele esclareceu que tem se beneficiado do mindfulness para melhorar seus desafios internos, eliminar a memória de fracassos do passado e pensamentos negativos. “Nós não somos atletas, mas podemos pensar assim como o atleta na nossa profissão. Qual perfil você quer desenvolver? Assim como o alpinista, em nosso trabalho temos muitos objetivos, precisamos achar o caminho para chegar ao topo da montanha”, aponta Patrícia.

Ela afirma que é preciso identificar os adversários externos, como concorrentes, fornecedores e alterações de mercado, mas também os adversários internos, as preocupações, emoções e cobranças. “As crises internas são naturais dos seres humanos. Nós somos seres humanos, LeBron também é um ser humano, precisamos identificar como nossa mente funciona para poder gerenciá-la, criar hábitos internos positivos e ter resiliência”, diz.

A prática

Para finalizar, a instrutora propôs uma prática especial. Baseada no protocolo de mindfulness da compaixão, a prática busca desenvolver 3 elementos fundamentais: cognitivo, afetivo e motivacional.

A meditação conduzida por Patrícia durou aproximadamente 15 minutos e teve 4 passos: pare; respire; sinta a emoção como um fenômeno que surge, perceba as sensações; crie conexões.

“É uma prática bem profunda pra gente fortalecer dentro de nós o prazer pela vida. Não é porque a gente está diante de um ano tão difícil que vamos desistir deste grande prazer. Que possamos levar cada vez mais nossa atenção a todas as experiências de nossa vida”, conclui.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Suliman Sallehi/Pexels


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *