Paixão pelo micromundo

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

Para muitos profissionais, a realização de um programa de pós-graduação, como o mestrado ou doutorado, não é o destino final. Os estudos se tornam um caminho para novas descobertas que encorajam a busca por cada vez mais conhecimento, ainda que para isso seja necessário iniciar uma nova graduação. Nesse cenário, a formação continuada se torna não só uma forma de se manter atualizado, mas também de ampliar a atuação.

Sylvia Verdin, de 44 anos, já possuía a graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará (UFCE) e mestrado em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) quando decidiu embarcar em um novo desafio, o bacharelado em Ciências Biológicas da Uninter.

A egressa não só obteve êxito no curso, como se tornou pioneira no estudo da microflora das algas de um lago da cidade de Itararé (SP), onde mora. Por meio da investigação realizada para o trabalho de conclusão de curso (TCC), Sylvia ainda encontrou uma alga rara, “com apenas dois registros na literatura”, de acordo com a professora Nicole Witt, orientadora da formanda. “O trabalho foi primoroso”, garante a docente.

O que levou Sylvia para a segunda graduação foi a paixão pela microbiologia de alimentos, quando ainda cursava a área de engenharia. Desde a juventude, ela sempre quis entender melhor sobre alimentação, produtos alimentícios e a composição de que eram feitos. “Lembro que ficava olhando a tabela de composição e a lista de ingredientes dos alimentos no supermercado”, conta.

Daí surgiu o mestrado realizado na área de microbiologia agrícola, mas, devido às frequentes mudanças por causa do trabalho do marido, Paulo, poucas oportunidades de atuar na área apareceram. Então, o casal decidiu ampliar a família e Sylvia deu uma pausa na carreira para se dedicar aos filhos, Annelies, atualmente com 14 anos, e Daniel, com 11 anos. Agora já crescidos, a egressa resolveu resgatar o antigo desejo “da gaveta” e cursar Ciências Biológicas para ampliar o conhecimento em microbiologia e ampliar as possibilidades.

Mesmo já com o mestrado na área, ela acredita que “todo estudo agrega e não foi diferente com esse curso”. Sobre a escolha pela Uninter, Sylvia diz que já havia “ouvido falar muito bem da instituição” e, na época da matrícula, “era a única que oferecida o bacharelado”.

“Foi surpreendente. Excelentes professores e ainda recebemos o laboratório portátil individual para a realização dos trabalhos, o que aprimorou o aprendizado (…) não esperava me apaixonar novamente! Entendi que minha paixão é pelo micromundo. Hoje estou muito feliz com o curso e toda a trajetória percorrida”, afirma.

Destaque e ineditismo na pesquisa

A formanda destaca a atuação dos professores e da instituição, que “despertam e instigam os alunos para a pesquisa e a busca por respostas”, também por meio da oferta do laboratório portátil individual (LPI), que fomenta os trabalhos desenvolvidos. De acordo com a professora Nicole, Sylvia sempre foi uma estudante bastante presente e participativa nos eventos ao vivo, ativa em quase todas as aulas.

Foi por meio de um trabalho do curso, sobre qualidade e análise microscópica da água, que observou microalgas e “ficou encantada pela beleza e potencial biológico que elas têm”. Daí o interesse sobre o tema que gerou o TCC. Na análise, Sylvia pôde identificar 67 gêneros de microalgas, que são amplamente distribuídas em água doce, a maioria em ambientes oligotróficos (baixa contenção de nutrientes), “equiparando-se com os resultados físico-químicos também realizados”.

Nicole diz que, além da identificação das algas que a estudantes fez utilizando o LPI, ela comprou um kit para análise físico-química, “o que lhe trouxe mais dados para análise da qualidade ambiental da água”.

“Foi encontrada ainda uma alga rara (Tetraplektron Fott 1957), com poucos registros no Brasil. Na avaliação dos professores, o trabalho foi elogiado pela abordagem científica e por ser inédito na cidade”, relembra Sylvia, que defendeu o trabalho no dia 5 de maio de 2023.

Além da orientadora, a banca de defesa da formanda foi composta pelo professor da Escola Superior de Saúde Única (ESSU) da Uninter, Augusto Lima da Silveira, e pela professora convidada Lucielle Bertolli, que também foi co-orientadora.

Mas não foi só no TCC que Sylvia conquistou destaque. Durante a graduação, a então estudante participou da 1ª e 3ª edição da Semana da Biologia da Uninter. Na primeira, participou por causa de alguns experimentos com célula de cebola, utilizando o LPI. Já na terceira edição, apresentou um trabalho sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).

“A Sylvia, desde o começo do curso, se destacou com os trabalhos práticos, principalmente os que envolviam o uso do microscópio e demais equipamentos do LPI. Foi por causa disso que começamos a nos aproximar e chamá-la para os eventos. A estudante tem também um capítulo de livro publicado conosco, junto a obra PANCs: Sobrerania Alimentar”, conta Nicole.

Para a formanda, “isso mostra o quanto a Uninter prestigia os alunos que se destacam em suas atividades. Além disso, foi maravilhoso o contato com os professores e alunos de diversas localidades do Brasil”.

“A Uninter é única na formação do aluno, pela forma que incentiva a conhecer a sociedade em que nos encontramos e a contribuir positivamente na comunidade local. Não é só conhecimento, mas como usar esse conhecimento contribuindo com a sociedade”, complementa.

No ano passado, Sylvia também teve a oportunidade de conhecer de perto toda a infraestrutura e instalações da instituição, em Curitiba (PR), no dia 12 de dezembro, com outras colegas do curso.

“Foi maravilhoso! A Uninter foi super receptiva. Foi inesquecível, instalações lindas!”, garante.

Sylvia agradece a Uninter e a todos os professores “incríveis”, especialmente a professora Nicole, que a “apoiou e conduziu durante o curso e a orientação do TCC”. Agora, a profissional almeja trabalhar em análise biológica ou algo que envolva a microscopia e laboratório, e acredita que o curso abrirá portas pela amplitude de áreas correlatas.

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Larissa Drabeski


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