Isolado e com crianças. E agora? Um guia para os pais na pandemia

Autor: Lucas Vasconcelos - Estagiário de Jornalismo

O isolamento causado pela pandemia do Covid-19 tem feito muitas pessoas assumirem novas funções dentro de casa, sejam elas na cozinha, na limpeza ou cuidando das crianças. E para algumas famílias, esse aumento no tempo de convivência pode se tornar um sufoco, principalmente quando alguns de seus membros estão na fase de descobrir e explorar o mundo. Em situações como esta, os pais precisam inventar atividades para aproveitar melhor esse tempo com as crianças.

A terapeuta ocupacional Isis Loren Badaró é egressa do curso de pós-graduação em Neuropsicopedagogia, do polo de educação a distância da Uninter em Ibiassucê (BA). Ela trabalha em uma clínica multiprofissional e participou de uma live no perfil do Instagram @espacointegragbi, no dia 29.04.2020, falando sobre os tipos de atividades que se pode fazer com crianças nesse período de isolamento.

Isis conta que no início da pandemia muitos pais vieram pedir ajuda em busca de dicas sobre o que fazer com os filhos. “Nós primeiro tiramos a angústia desses pais, por acharem que as próprias atividade da casa, como arrumar os brinquedos, limpar a bagunça ou fazer uma receita de bolo não são prazerosas para as crianças, e que na verdade são, e elas necessitam desenvolver essas habilidades cognitivas”, explica.

Outro assunto tratado durante a live foi a falta de atividade física e o tempo gasto com equipamentos eletrônicos. Muitas crianças estão tendo atividades durante o dia, sendo elas direcionadas por um adulto ou professor, o que as deixa condicionadas à presença de alguém. Se ficam muito tempo sentadas, as crianças não gastam energia e não se cansam o suficiente para ter uma noite de sono tranquila. “Na live nós incentivamos atividades corporais, como a dança ou o resgate de brincadeiras antigas, como pular elástico, ou amarelinha”, explica a terapeuta.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as crianças de 0 aos 2 anos de idade não devem ter contato com telas eletrônicas; dos 2 aos 5, uma hora diária; e dos 6 aos 12 anos, no máximo duas horas durante o dia. Durante a pandemia, pode ocorrer um aumento no uso desses equipamentos, já que muitas crianças não podem ter atividades ao ar livre, devido ao isolamento. Se pontual, isso não chega a ser um problema, acredita Isis.

“No caso de um filme, em vez de as crianças assistirem sozinhas em frente à TV, os pais podem assistir junto delas, promovendo um cinema em casa, com o preparo de pipoca e suco. Ao final, iniciar uma conversa sobre o filme, como foi legal, as partes que mais gostaram. Ou também escutar podcasts de histórias infantis, repetindo o mesmo processo, e estimulando a imaginação da criança”.

Outro exemplo de atividade citada foi o de desenvolver brincadeiras na hora do banho. Cores na água feitas a partir de corante alimentício e essências aromáticas desenvolvem a visão e olfato das crianças. Assim como auxiliar na cozinha. Para uma criança pequena, descobrir o nível de força necessário para se quebrar um ovo é um grande aprendizado. Essas atividades desenvolvem a lateralidade, funções cognitivas, sensoriais e motoras dos pequeninos.

Mas não é só o corpo que precisa de atenção. “As questões emocionais também devem ser trabalhadas durante essa quarentena, a maneira correta de explicar para os filhos o momento que estão passando, e a maneira que estão vivendo. Falar sempre a verdade e acolher as angústias das crianças, de outros familiares e as nossas. Isso tudo é um momento temporário e vamos passar por isso”, conclui Isis.

Outras transmissões serão feitas futuramente no Instagram da clínica @espacointegragbi, e ficarão salvas para todos acessarem.

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Autor: Lucas Vasconcelos - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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