Domínio feminino no ensino superior inspira a empreender

 

Denise Becker – Estagiária de Jornalismo

Seis entre 10 pessoas que concluíram cursos superiores no Brasil em 2015 eram mulheres, de acordo com o Censo da Educação Superior. O Censo do IBGE de 2010 já revelava que, entre as 20 carreiras universitárias com maior número de recém-formados, elas só não eram maioria em ciência da computação, engenharias, economia e cursos gerais de saúde.

O predomínio feminino está presente também no curso de Administração do Centro Universitário Internacional Uninter, onde elas respondem por 52% da turma. Por isso, a coordenadora do curso, Vanessa Estela Kotovicz Rolon, sentiu-se muito à vontade definir o tema da palestra de homenagem às mulheres no último dia 8. Convidou empreendedoras de sucesso para compartilhar experiências com as alunas e os alunos do curso.

Com uma iniciativa inédita no setor artístico em Curitiba, Nani Silveira contou às participantes do evento como deixou a carreira comercial para ir atrás daquilo que considera essencial. “Buscar no mercado de trabalho o que gosta e que tenha uma afinidade. Isso é mais prazeroso do que estar preocupada somente com a questão financeira”, diz a artista visual.

Aos 43 anos, Nani está à frente do Circular Atelier Colaborativo, um espaço de coworking voltado à produção artística e compartilhamento de conhecimentos por meio de cursos e workshops. “A pessoa tem um lugar para produzir sua arte, mesmo estudantes que não têm espaço nas faculdades. Oferecemos a estrutura, o material, mesa, internet, no horário que a pessoa agendou e leva o seu material artístico”, explica.

Outra convidada, Marília Guimarães construiu sua carreira dentro de organizações na área de recursos humanos. Ela é especialista em descobrir talentos, capacitá-los e desenvolvê-los para o mercado. Atualmente trabalha na contratação de jovens, estagiários e trainees. Com a experiência de 25 anos de profissão, dá dicas para quem está começando um projeto novo. “Seja aos 30, 20 ou 18 anos importa ter autorreflexão, autoconhecimento e planejamento”, diz.

Coordenadora de estágios e talentos do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), vinculado à Federação das Indústrias do Estado do Paraná, ela sabe da importância da qualificação. “A remuneração é fundamental, mas muitas vezes eu trabalho em uma área que não é a da minha formação, ou área de atuação. Faço um estágio não remunerado em outro horário, mesmo no sábado, para poder ter um pouco de experiência. Crio alternativas para conhecer mais aquilo que eu estou estudando. Precisa ter um paralelo”, orienta.

Para Marília, a mulher quer muito a posição de igualdade com o homem, mas, segundo ela, a mulher tem de ser realista ao olhar para esse assunto. “Eu me posiciono bem quando vou tratar de remuneração? Eu organizo as atividades domésticas para que isso não interfira na minha vida profissional? Porque não é comum o homem deixar um compromisso profissional em função de um problema doméstico? ”, diz.

Ela ainda destaca que algumas mulheres se realizam com as atividades do dia-a-dia de casa. Outras, interrompem a carreira profissional em razão da maternidade ou novos projetos, mas logo adiante retomam o seu desenvolvimento. “Para ter igualdade, a mulher precisa se posicionar de forma igual e criar uma estrutura que a suporte. Porque só a mulher tem que levar o filho ao médico? Esse mês sou eu, no próximo é você (homem). Se dose e se coloque do mesmo tamanho que o homem”, conclui.

Edição: Mauri König

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