Cineclube debate o premiado filme Julieta de Bicicleta, com a presença de diretora

Autor: Evandro Tosin – Assistente Multimídia

Uma oportunidade de aprender mais sobre cinema e um novo olhar para trabalhar a educação por meio de filmes. Esta é a proposta do CineClube: Luz, Filosofia e Ação, projeto de extensão da área de Humanidades da Uninter voltado a estudantes, bacharéis e futuros docentes da educação básica, com objetivo ampliar as habilidades de pesquisa, interdisciplinaridade e temas que se inserem no cotidiano escolar.

Em 2021, as sessões estão trabalhando com os Objetivos do Milênio da ONU, que buscam a redução da pobreza, a diminuição da violência, minimizar a degradação ambiental e a desigualdade de gênero. A sessão desta quarta-feira (20/10) irá debater o filme Julieta de Bicicleta, às 19 horas, via YouTube (acesso aqui). O encontro terá a presença da diretora do curta-metragem, Juliana Sanson. Faça sua inscrição aqui.

O filme, de 2018, narra uma noite incomum na vida da Julieta (Guenia Lemos), vítima de uma tentativa de assalto ao pedalar à noite. Ela é salva por um amigo do filho, o Cabeça. Os dois vão para um barzinho e conversam até varar a madrugada. O encontro contribui para perceber condições que ela ignorava em sua vida. O curta-metragem permite uma reflexão sobre o quanto conhecemos nossos filhos e suas amizades.

Julieta de Bicicleta foi dirigido pela cineasta curitibana Juliana Sanson. Ela também é diretora de Coração Magoado (2013), Ipê Amarelo (2015) e Uma Morte Qualquer (2015). Também teve participação em Uns Braços, dirigido por Luciano Coelho.

A cineasta fez uma pausa no set de gravações para essa entrevista em que fala sobre a expectativa do encontro. “O cinema é uma arte coletiva, queremos levar o trabalho de todas essas pessoas para mais gente, para que todo mundo possa saber como funciona o processo de fazer um filme, tudo o que envolve. Muita gente tem curiosidade em questões técnicas”, salienta Juliana.

“Mas também sei que tem pessoas que gostam de discutir a temática, a história que o filme conta. É importante estar aberta a uma conversa para colocar um pouco da experiência e compartilhar o processo, para que o filme seja reconhecido, visto. Importante ter esses espaços. Para falar do que a gente ama, da cultura. É muito rico quando isso acontece”, complementa.

A história de Julieta propõe uma reflexão sobre as relações familiares. “O que está muito explícito é esse momento da vida da Julieta, uma mulher já madura, e me interessa muito contar essas histórias. Ela se depara com questões que não conseguia ver em sua vida, ignorando alguns momentos que são importantes dentro da tua trajetória. E ela deseja uma reaproximação com o filho”, pontua a cineasta.

Premiações de Julieta de Bicicleta

O filme ganhou o prêmio de melhor roteiro e trilha musical no 14º Encontro de Cinema dos Sertões, e de melhor atriz no 13º Santa Maria Vídeo e Cinema. O curta-metragem ainda participou dos seguintes festivais e mostras de cinema:

  • 22nd Brussels Short Film Festival;
  • 7º Festival de Cinema da Baixada Fluminense;
  • VI Shortcup World Film Festival;
  • Cine Jabó:1ª Mostra de Cinema de Jaboticatubas;
  • 5ª Mostra Ela na Tela;
  • 3ª Mostra SESC de Cinema;
  • X Festival Internacional PACHAMAMA – Cinema de Fronteira;
  • 11ºCine Fest;
  • 41º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano;
  • XI Cine Creed;
  • Festival de Cinema e TV de Muqui (FECIM);

Para o professor Douglas Lopes, um dos organizadores do evento, apesar de o CineClube: Luz, Filosofia e Ação ter uma proposta educacional, não perde a essência do cineclubismo, que é a democratização do acesso a obras cinematográficas. Nos quatro anos do projeto, mais de 80 mil participantes puderam olhar de forma diferente para o cinema, aprendendo junto com os professores e convidados a pensar o cinema, não somente como espectador passivo.

O primeiro registro de um cineclube é datado de 1907, na França. No Brasil, Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977) foi um dos membros-fundadores do primeiro cineclube no país e foi decisivo na criação da Cinemateca Brasileira, o que influenciou uma geração de jovens cineastas que deram origem ao movimento Cinema Novo.

“Os cineclubes tem um protagonismo no que diz respeito à democratização da arte, porque nos locais que não havia cinema, conseguiam chegar pela movimentação popular, através das igrejas, dos sindicatos, associações. Assim, a população local conseguia ter acesso ao cinema. Uma das fases mais importantes é aquela em que o cineclubismo consegue fomentar a produção de filmes nacionais através da criação da Dinafilmes, na década de 1960, e muitos filmes do cinema novo surgem a partir dessa mobilização”, explica Lopes.

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Autor: Evandro Tosin – Assistente Multimídia
Edição: Mauri König


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