Atuação das mulheres na Engenharia cresce 130% em 10 anos

 

Andressa Cristina da Rosa – Jornalista

Com predominância masculina, as engenharias têm registrado um crescimento na atuação das mulheres, conforme aponta o estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre 2003 e 2013, a participação delas passou de 24 para 57 mil vagas de trabalho ocupadas, um crescimento equivalente a 132%.

A engenheira química Rejane Afonso apostou na área para construir sua carreira. Em 2010, ao se tornar a primeira mulher gerente de fábrica de uma multinacional de cimento, ela assumiu o desafio de ser ainda mais competitiva. “Nunca perdi um negócio e, na minha gestão, a unidade alcançou o recorde de produção”, lembra.

Ela também foi a primeira estagiária mulher da área de produção da empresa. “Concorri a uma vaga que, até então, era exclusiva para homens. Desafiei o gestor e ele acabou criando um projeto piloto a partir da minha contratação. E deu certo. Assim que finalizei o estágio, fui convidada a participar do programa de trainee como engenheira. Agora, tenho a minha empresa e continuo atuando como engenheira”.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram o crescimento significativo na presença das mulheres também na sala de aula. Em 2013 haviam 229 mil mulheres matriculadas em cursos de engenharia e em 2015, com crescimento de 38%, foram registradas mais de 316 mil matriculadas.

“Analisando os dados disponibilizados pelo Inep podemos perceber que em 2015 as mulheres representavam 28% das matrículas nas engenharias, uma conquista importante para elas e para a área. Na Uninter, por exemplo, elas já representam 13% dos alunos nos cursos de engenharia e acreditamos que a tendência é que essa participação aumente. A oferta de alguns cursos a distância é importante para este crescimento, mas é a atuação delas na prática que garante um espaço cada vez maior”, avalia Neil Carvalho, diretor da Escola Politécnica da Uninter.

Sobre os desafios, o diretor explica que apesar de existir a ideia de que a Engenharia é uma área puramente braçal, o mais importante é o ato de pensar e de criar soluções para problemas reais. “A mulher exerce um papel muito importante na área, especialmente por ser mais detalhista e executar múltiplas tarefas ao mesmo tempo. Não que os homens não tenham essas qualidades, mas essas características nas mulheres são mais naturais. Com isso, elas avançam cada vez mais no mercado”, pondera.

A percepção do diretor é compartilhada pela aluna de Engenharia da Computação Poliana Leite. “Vejo muitos desafios, mas temos uma presença marcante no mercado de trabalho. Conseguimos pensar em muitas coisas ao mesmo tempo e isso nos ajuda muito na área de programação, por exemplo. Esse é um dos nossos diferenciais”.

Atuando na área de suporte técnico em uma empresa de softwares, ela relata como está sendo a primeira experiência profissional. “Embora seja técnica em eletromecânica e tecnologia da informação, esse é meu primeiro trabalho na área. Fico feliz por conviver em um ambiente com um equilíbrio de gênero. Isso ajuda muito no dia a dia, pois um complementa o outro”, conta a aluna.

Para falar sobre o mercado de trabalho e trocar experiências com as alunas dos cursos de Engenharia, a Uninter recebe a engenheira química Rejane Afonso, que trabalha na área há 17 anos, na próxima sexta-feira (10), às 20h30, no campus Garcez, em Curtiba. Além dela, o pró-reitor e músico Marco Eleutério também participa do Engenharia, Café e Rock’n’roll, evento criado para levar entretenimento e informação aos estudantes da Escola Politécnica.

Edição: Mauri König

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