Seminário de pesquisa discute a realidade social e educacional na pandemia

Autor: Leonardo Túlio Rodrigues e Mauricio Geronasso - Estagiários de Jornalismo

Com 74 trabalhos apresentados e 600 participantes de várias regiões do país, o Grupo de Pesquisa História, Educação, Sociedade e Política GHESP Uninter realizou entre os dias 26, 27 e 28 de agosto de 2021 o seu 3º Seminário, promovendo estudos e debates a partir da pesquisa acadêmica, com foco em possibilidades de atuação na realidade social e educacional.

Foram acolhidas pesquisas que visam as seguintes repercussões: impacto social a partir de desenvolvimento de artigos para publicações, e participação em eventos e aplicação dos conhecimentos adquiridos na realidade educacional, colaborando assim para a docência, a pesquisa e a extensão.

Fundado em 2016, o Grupo de Pesquisa História, Educação, Sociedade e Política (GHESP) vem tendo como principal objetivo o desenvolvimento de estudos e debates sobre os pilares sociais e educacionais. O grupo de pesquisa é uma denominação atribuída a um grupo de pesquisadores e estudantes que se organizam em torno de uma ou mais linhas de pesquisa.

Na abertura, a coordenadora de pesquisa e publicações acadêmicas da Uninter, Desiré Dominschek, destacou que o evento é uma realização que agrega pesquisadores de todas as regiões do país. A organização mereceu um elogio do diretor da Escola de Saúde, Rodrigo Berté. “Parabenizo a equipe de pesquisa sob o comando da professora Desiré, bem como sua dedicação para que a produção intelectual alcance os melhores níveis do conhecimento, ou seja, uma produção intelectual séria e qualificada”.

As linhas de pesquisa coordenadas por Desiré estimulam, desafiam e aprofundam diversos debates no campo acadêmico. “Que as pesquisas possam promover uma participação de consentimento livre e esclarecido, com respeito à cultura, o que vai ao encontro do objetivo do grupo de pesquisa, fazendo ciência para benefício da humanidade”, destacou a vice-coordenadora do comitê de ética, professora Ivana Busato.

O professor Luís Fernando Lopes, representante do conselho de pesquisa da Uninter, destacou a importância da pesquisa no contexto atual. “Saber onde encontrar, onde pesquisar, dar nexo as informações hoje é fundamental, e isso está muito ligado a pesquisa, sem pesquisa existe apenas a repetição. Primeiro aprendemos para depois criar, aprender constantemente é o caminho”.

O evento reuniu um grande número de participantes, que se encontraram online para debater e confraternizar. “Pesquisas relativas à política educacional, a história da educação, a relação cultural e social foram refletidas neste seminário, que contou com 600 participantes e 74 trabalhos aprovados para apresentação, no formato de comunicações orais e painéis. Destacamos ainda atividades culturais que apresentaram autorias de poemas e músicas de professores e alunos do grupo de pesquisa”, destacou a professora Desiré.

As transmissões de mesas de debates e minicursos estão disponíveis através das páginas do GHESP no Facebook e no YouTube.

Educação, cultura, subjetividades e objetividades da construção humana

Um diploma acadêmico simboliza esforço, competência e conhecimento, sendo motivo de orgulho a ponto de ser emoldurado e colocado na parede da sala de casa. Entretanto, para a professora Eliane Martins Quadrelli Justi, o conhecimento vai muito além do que um papel na parede pode revelar.

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná e integrante da Academia Paranaense de Poesia desde 2005, ela reforça a importância do conhecimento adquirido no mundo acadêmico, a capacidade de dialogar com diversos autores e de produzir em âmbito científico. Porém, também ressalta a necessidade de se adaptar e trilhar novos caminhos, novas possibilidades através do conhecimento.

Após ter contato com o empreendedorismo, Eliane se aventurou no mercado profissional, aproximando a poesia da cerveja. Tão diferente à primeira vista, a iniciativa se tornou inovadora. Utilizando as habilidades adquiridas durante uma viagem à Índia, produziu poemas temáticos para decorar mesas de bar e promover a reflexão durante a “cervejada”. Além disso, produziu poesia musicada junto ao violonista Manoel Anísio, adaptando versos de Dario Veloso e Paulo Leminski.

A professora participou da primeira mesa coordenada do seminário, em 27 de agosto, com o tema: educação, cultura, subjetividades e objetividades da construção humana. Junto a Viviane Silva, professora e pesquisadora do GHESP, ela expressou seu entusiasmo ao falar sobre humanização. Para Eliane, é de grande importância conectar nossos lados objetivo e subjetivo para podermos ir além e vivermos de nosso próprio conhecimento.

Para assistir à mesa de debate completa, clique aqui.

Fazendo pesquisa na pandemia

Explorar a relação entre educação, sociedade e comunicação, e como os pesquisadores da Uninter estão realizando suas pesquisas nesse período da pandemia, foram os temas do segundo dia do evento. A mesa debateu como o diálogo entre as áreas da educação serve como um movimento da pesquisa que agrega valores aos mais diversos campos de atuação, bem como as atividades técnicas e integradas de docência, pesquisa e formação dentro de cada área específica de trabalho.

“Queremos dialogar sobre como tem sido o caminhar dentro dessa turbulência que a sociedade vive e que nos tem causado muitas perdas”, destacou a professora Desiré ao se solidarizar com as vítimas da pandemia de Covid-19.

A pesquisa, apesar de parecer um trabalho individual, em que muitas vezes se torna necessário estar sozinho, tem também o outro lado, de um trabalho coletivo e de discussão que proporciona um amplo debate. “Uma mesa interdisciplinar que aborda assuntos em comuns, apesar de estarem em áreas distintas, mas que permitem pensamentos comuns para um objetivo educacional”, destaca o professor Guilherme Carvalho, pós-doutor em jornalismo, doutor e mestre em sociologia, coordenador do curso e Jornalismo da Uninter e professor do mestrado em jornalismo da UEPG.

Toda mudança pode ser vista como dolorosa e complicada, mas no todo o processo acaba nos trazendo perdas e ganhos. “Os ganhos foram extremamente satisfatórios, principalmente quando conseguimos integrar os alunos da modalidade EAD aos processos de pesquisa”, salientou o professor Cláudio Hernandes, mestre em administração, professor titular da Escola de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter.

Durante esse processo de adaptação forçada ao modo de vida online, tecnologias que eram desconhecidas para alguns se tornaram aliadas na melhor execução do processo como um todo. Foi necessário se reinventar e aprender novas funcionalidades que hoje tornam-se essenciais na construção de processos de pesquisa.

“Mesmo para nós professores de uma instituição que detém a tecnologia como ferramenta de ensino, foi um momento de muito aprendizado e desenvolvimento nos avanços tecnológicos”, complementa a professora Cleci Elisa Albiero, coordenadora do grupo de estudos e pesquisas de trabalho em formação e sociabilidade.

Para assistir à mesa de debate completa, clique aqui.

Pesquisadoras que atuam na educação básica

A terceira mesa tratou da relação entre docência e educação básica, no momento em que a escola foi para dentro de casa, com o ensino remoto e o ensino híbrido. A mesa foi coordenada pela professora Joseane de Fátima Machado Silva, doutora em educação, que tem atuação direta com a educação básica, especificamente com educação infantil.

“É uma alegria profissional e pessoal atuar na coordenação desta mesa ao lado de profissionais como as professoras Elisangela e Patrícia”, ressaltou Joseane. Ela acrescenta: “Atualmente torna-se pertinente reconhecer a infância como sujeitos culturais e ouvir as vozes das crianças e adolescentes, que em muitas pesquisas não são ouvidas”.

“Desde que nascem, os bebês e as crianças bem pequenas já são sujeitos sociais, membros de uma sociedade que já lhes fornece direitos”, explica a professora Patrícia Sesiuk, mestre em educação e especialista em psicopedagogia clínica.

No Brasil, ainda existem muitas crianças abandonadas, sem o afeto da família, cabendo ao educador suprir de alguma forma essa necessidade infantil, o que logo nos primeiros passos pode direcionar essa sensibilidade e afeto para um belo caminhar na alfabetização.

“Falar dessa temática educacional, a qual foi motivo da minha pesquisa, é muito significativo, mesmo hoje não atuando com a educação infantil. Isso me mostra que a pesquisa é fundamental e tem que acontecer, devendo ser colocado na carreira a ideia da pesquisa que nos mobiliza e nos faz refletir sobre a nossa prática”, disse a professora Elisangela Christiane de Pinheiro Leite Munaretto, doutoranda em tecnologia e sociedade, que atua com formação continuada e é professora do ensino básico.

Para assistir à mesa de debate completa, clique aqui.

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Autor: Leonardo Túlio Rodrigues e Mauricio Geronasso - Estagiários de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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