Um caminho para contornar o funil da educação

 

Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo

O salário aumenta em média 15% a cada ano de escolaridade, e pode chegar a 47% no caso de quem tem ensino superior, diz estudo da Fundação Getulio Vargas (leia aqui, aqui e aqui). Ou seja, quanto mais estudo, maior a renda. Porém, a cada 100 jovens de 18 a 24 anos – idade em que se espera que estejam no ensino superior – apenas 17 estão na universidade (leia aqui). Isso significa que 83% dos brasileiros não passam pelo funil do ensino superior.

O Programa Universidade para Todos (Prouni) surgiu em 2004 como alternativa de acesso à universidade e nesses 13 anos beneficiou mais de dois milhões de estudantes com bolsas integral ou parcial. Instituições de todo o país aderiram ao programa para o acesso ao ensino superior. Só no Centro Universitário Internacional Uninter, por exemplo, 12.490 alunos puderam estudar com bolsas do Prouni entre 2015 e 2016.

É o caso de Giovana Cristina Pereira, aluna do curso de Direito da Uninter. Ela conseguiu bolsa de 100% de desconto na mensalidade. “O Prouni foi a única maneira que encontrei para conseguir cursar o ensino superior, já que não teria condições de pagar a mensalidade. Posso dizer com toda a certeza que essa oportunidade deu outro rumo para a minha história, e que o sucesso agora só depende da minha força de vontade e paixão pela minha profissão”, diz.

Giovana está no 5º período e faz estágio na área do Direito. Para ela, o fato de não precisar se preocupar com a mensalidade devido à bolsa concedida pelo Prouni é um alívio. “Consigo usar o pagamento do estágio para comprar os livros e também para os gastos diários com cópias, impressões e transporte”, diz. Para as instituições, isso representa um ganho social.

“Para nós, a entrada do aluno por meio do Prouni significa um crescimento imenso da pessoa como profissional e ela em sociedade porque antigamente o nível superior não estava tanto ao alcance de pessoas de maior vulnerabilidade socioeconômica. Então, o Prouni veio mesmo para essas pessoas que possuem esse perfil de baixa renda e por meio de cotas, ou seja, este benefício muda uma sociedade, muda realidade”, destaca a coordenadora técnica do setor Prouni da Uninter, Ana Paula Cortes Alves.

Dos 12.490 beneficiados pelo Prouni nesses últimos dois anos na instituição, 4.215 (33,7%) receberam bolsa integral e o restante, bolsa de 50%. As inscrições para o Prouni se iniciam geralmente no mês de janeiro de cada ano, para estudantes que participaram do Enem do ano anterior e atingiram média superior a 450 pontos e não tiveram nota zero na redação.

O estudante que possui o perfil do Prouni e fez o Enem desde 2010 também pode participar das bolsas remanescentes, que são vagas não preenchidas nas chamadas regulares do semestre letivo. No caso da Uninter, além de atender aos critérios exigidos pelo Ministério da Educação, essas vagas estão disponíveis para estudantes matriculados ou não na instituição.

Benefícios para egressos e parentes

Além das vagas do Prouni, a Uninter dispõe ainda do Núcleo de Financiamentos e Convênios que oferece descontos a parentes de alunos e colaboradores da instituição, além de alunos e egressos que desejam fazer uma segunda graduação. Entre 2015 e 2016, foram mais de 7 mil solicitações de desconto nessas três opções. Segundo Ana Paula, o benefício serve para motivar o aluno que finalizou uma graduação a fazer uma pós ou fazer mais uma graduação, por exemplo.

No caso do Prouni, a Uninter conta com a Comissão de Acompanhamento e Controle Social do Prouni (COLAP), instituída por lei para fiscalizar, averiguar e solucionar alguns problemas ou denúncias relacionadas aos bolsistas. Os membros da COLAP têm por obrigação repassar essas denúncias à Comissão Nacional de Acompanhamento Social do Prouni (CONAP) para ser analisado e solucionado.

Edição: Mauri König

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