O novo gabinete alemão: liberdade, justiça e sustentabilidade

Autor: André Frota*

O novo primeiro-ministro alemão substitui Ângela Merkel, após esta cumprir quatro mandatos e ficar por 16 anos no poder. Olaf Scholz (foto), membro do Partido Social-Democrata (SPD), passa a estar à frente do parlamento formado pela coalização tri partidária entre o Partido Liberal Democrático (FDP), os verdes e o próprio SPD.

O plano defendido pela coalizão foi resumido com o título “Uma aliança pela liberdade, justiça e a sustentabilidade”. Um conjunto que sintetiza o núcleo ideológico de cada uma das siglas, que compõe o perfil do novo governo alemão. A ideia de justiça, representada pelo SPD, e que tem na figura de Scholz o seu ícone. A defesa da liberdade, uma bandeira própria do partido liberal democrático, seguido pelos verdes e a ideia de sustentabilidade.

Os pontos já sinalizados pelo grupo são os seguintes: aumento do salário-mínimo pago em horas; expansão do crédito público para financiamento de moradias; diminuição da idade mínima para votar de 18 para 16 anos; legalização do uso recreativo da canabis; tornar 80% do fornecimento de energia da Alemanha advindo de fontes renováveis; incluir nas competências do Ministério da Economia uma agenda de proteção climática.

Em termos objetivos, as linhas de ação do grupo representam o conjunto mínimo de ideias resumidas pelo lema da aliança partidária. Pode-se perceber a mudança de orientação, que até então operava pela coalização conservadora, vigente ao longo dos mandatos de Ângela Merkel. De uma formação liderada pela União Democrática Cristã (CDU) mas que já detinha o apoio do partido de Scholz (SPD) o perfil do novo governo desloca-se para uma orientação mais progressista, agora liderados pelos sociais-democratas.

Por fim, o que se destaca é a posição assumida pelos verdes em toda estrutura de governo montada pela coalização. Duas lideranças ganham destaque: o segundo na linha de comando do parlamento, o vice-chanceler Robert Habeck, membro do Partido Verde e ex-ministro de Meio Ambiente do distrito federado da Eslevico-Holsácia. E a ministra de Relações Exteriores Annalena Baerbock, copresidente do Partido Verde e expoente liderança feminina do novo governo eleito.

Em resumo, o perfil do novo gabinete, que deve liderar a principal economia europeia, tende a adotar uma inserção com viés trabalhista, progressista e ambientalista.

* André Frota é professor de Relações Internacionais, Ciência Política Geociências da Uninter.

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Autor: André Frota*
Créditos do Fotógrafo: The Federal Government


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