Jornada do herói: como transformar histórias em influência e vendas

Autor: *Raphael Moroz

De acordo com um levantamento realizado pela empresa Centro de Estratégia e Regulação (Reglab), há cerca de 3,8 milhões de influenciadores digitais produzindo conteúdos de maneira profissional no Brasil, representando 16% de todos os influencers do mundo.

Além disso, o mercado de Marketing de Influência movimenta no país R$ 20 bilhões, um crescimento de aproximadamente 43% em 2024. Segundo estimativas do Goldman Sachs, esse mercado pode movimentar U$ 480 bilhões em nível mundial até 2027. Uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria YouPix demonstrou ainda que a carreira de criador de conteúdo é o maior objetivo profissional de 75% dos jovens brasileiros.

Diante desses dados, é inegável o poder que influencers dos mais variados nichos e segmentos têm exercido na internet. Por meio de postagens que revelam detalhes de sua rotina, seu posicionamento em relação a diversos temas e suas compras diárias, eles são capazes de moldar opiniões, estilos de vida e hábitos de consumo.

Construir influência a longo prazo, porém, não é tarefa fácil. Para se inscrever de maneira efetiva no dia a dia de seus públicos e conquistar o amor e a lealdade deles, influenciadores digitais empregam uma série de estratégias que têm, em comum, um propósito: persuadir. Todavia, esse objetivo não costuma ser concretizado, na grande maioria dos casos,  por meio de ações de marketing e comunicação tradicionais, como a publicidade e a propaganda — e, sim, mediante a construção de narrativas convincentes.

Narrar é contar uma história. É pensar previamente na mensagem que será transmitida e planejar como determinada trajetória será descrita, levando em conta personagens, conflitos e reviravoltas. É comum, por exemplo, influencers que falam sobre comportamento e psicologia utilizarem o modelo narrativo da Jornada do Herói, bastante conhecido por seu uso em filmes e séries populares, para emocionarem e persuadirem seus públicos.

Por meio desse tipo de narrativa, os criadores de conteúdo colocam-se como heróis e heroínas da própria trajetória, contando, de maneira atrativa e impactante, os desafios e percalços que enfrentam diariamente. O resultado é um maior engajamento na internet a médio e longo prazos.

Confira algumas dicas que ajudarão você ou a sua marca a construir uma narrativa efetiva na internet:

  1. Conte histórias. Quando nos deparamos com uma narrativa realmente cativante, é como se fôssemos transportados para dentro dela. Isso ocorre porque, muitas vezes, nos identificamos com os personagens, compartilhamos suas emoções, celebramos suas conquistas e ficamos curiosos para descobrir como a história termina. Do ponto de vista neurobiológico, ouvir ou assistir histórias ativa áreas do cérebro relacionadas à empatia e às emoções. Além disso, há evidências científicas que demonstram que o nosso cérebro memoriza melhor informações que são transmitidas por meio de histórias. Por isso, ensinar algo empregando personagens, conflitos e conquistas é sempre a melhor alternativa para chamar a atenção e atrair o interesse dos internautas. Se as histórias forem verídicas, o efeito é ainda maior!
  2. Revele detalhes da sua rotina. A curiosidade é um fator poderoso de atração. Quanto mais nos aproximamos de influencers e marcas, mais desejamos conhecer detalhes do seu dia a dia e dos seus bastidores. Então, que tal expor os desafios e as pequenas vitórias da sua rotina para estabelecer uma maior conexão emocional com o seu público?
  3. Produza conteúdos atrativos em formatos variados. No contexto do neuromarketing, é essencial combinar diferentes formas de comunicação, que podem ser: textual, visual, sonora e/ou audiovisual, para atrair a atenção dos consumidores de maneira mais eficaz. Além disso, aplicar princípios como objetividade e linguagem coloquial ajuda a tornar os conteúdos mais organizados e acessíveis. Para isso, considere as seguintes dicas: utilize frases curtas e diretas; explore recursos multimídia para enriquecer a experiência; estruture informações em tópicos ou listas; inclua chamadas para ação (calls to action) em pontos estratégicos do conteúdo.

 

*Raphael Moroz é jornalista e psicólogo e possui mestrado em Comunicação e Linguagens. Atua como psicoterapeuta, orientador de carreira e professor-tutor do curso de graduação em Marketing Digital do Centro Universitário Internacional UNINTER.

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Autor: *Raphael Moroz


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