Dengue mata mais crianças

Autor: (*) Natália Fracaro Lombardi Asinelli

A dengue, este ano no Brasil, está superando o ano de 2023 em número de casos. Historicamente, a maior preocupação é com as pessoas idosas, pois os casos mais graves ocorrem em pacientes acima dos 60 anos.  Além da população idosa, outra faixa etária também preocupa os cientistas. Um levantamento recente realizado pelo Observatório da Saúde na infância da Fiocruz mostrou dados alarmantes relacionados à população de até 5 anos de idade.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, crianças têm apresentado mais casos de dengue, sendo que de todos os casos confirmados com menores de 14 anos, a maior incidência foi na faixa etária de 10 a 14 anos, e a maior letalidade na faixa de 0 a 5 anos. Os dados mostram também um aumento significativo no número de casos na 10ª semana do ano. Este aumento de casos em crianças mostrou a necessidade de aumentar a vigilância e orientação de medidas para prevenir a dengue.

A dengue em crianças, principalmente as menores de 2 anos de idade, possui sintomas inespecíficos e pode se comportar como uma síndrome viral com febre, fraqueza muscular, fezes amolecidas, diarreia, recusa de alimentos e de líquidos. Inicialmente, a dengue pode não apresentar sintomas, e então a forma grave da doença muitas vezes é identificada ainda nos primeiros sintomas que a criança apresenta. A piora dos sintomas é súbita, diferente de adultos que apresentam sintomas facilmente identificados e que facilitam a busca por atendimento mais cedo.

A vacinação é imprescindível para evitar que casos graves possam evoluir rapidamente a óbito.  Atualmente, existem duas vacinas para dengue: uma para pessoas que já tiveram a doença e outra para pessoas que tiveram ou não. Ambas são recomendadas a partir dos 4 anos de idade, com 3 ou 6 meses de intervalo entre as doses. Atualmente a vacina contra a dengue é oferecida no SUS, inclusive para a população infantil, que faz parte da estratégia para diminuição do número de casos graves da doença, o que, consequentemente, reduz a sua letalidade. 

(*) Natália Fracaro Lombardi Asinelli é farmacêutica, especialista em atenção hospitalar, mestre em ciências farmacêuticas e professora do curso de Farmácia da Uninter.

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Autor: (*) Natália Fracaro Lombardi Asinelli
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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