Cidades inteligentes, você conhece alguma?

Autor: Renata Adriana Garbossa e Vera Cristina Scheller*

As cidades inteligentes estão cada vez mais competidoras, com o objetivo de promover e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, entre outros fatores, as “Cidades Inteligentes” podem promover inovações sociais e tecnológicas, integram infraestruturas existentes e contribuem para novas formas de governança e participação pública.

Porém, nem sempre foi assim, uma vez que no passado as cidades já tiveram como base a centralidade de comércio, em que a população rural se deslocava aos centros urbanos para vender seus insumos e comprar o que era necessário para sua sobrevivência. Com a Revolução Industrial e, consequentemente, o surgimento das fábricas, as cidades tiveram sua importância ampliada, pois se tornaram centro do município local, onde se dispunha a matéria-prima, as empresas, os empregos, a moradia e o acesso a serviços disponibilizados pelo estado, como saúde e educação. Assim, surgiram alterações no espaço urbano.

Uma das alterações do espaço urbano foi o aumento da concentração da população, trazendo consigo a ineficiência do sistema de mobilidade urbana, falta de espaço para lazer, moradia e de saúde, além do aumento da desigualdade social, falta de saneamento básico e violência urbana, entre outros problemas comuns em grandes centros.

Importante lembrar que o Brasil se tornou um país urbano rapidamente. Em 1965, a maioria da população brasileira já vivia em áreas urbanas. Hoje, quase 85% da população vive em áreas urbanas no Brasil, segundo a PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015. A maior concentração está na região Sudeste, onde quase 95% da população vive nas áreas urbanas e, em função disso, a dificuldade na gestão urbana.

Com a concentração populacional e o crescimento rápido e desordenado dos núcleos urbanos, tivemos, por consequência, o crescimento sem planejamento e com especulação imobiliária, o que acarretou vários problemas urbanos na maioria das cidades brasileiras. Porém, esses problemas não ocorrem apenas no Brasil, diversas cidades no mundo apresentam problemas urbanos.

Na década de 1990, surge o termo “Cidades Inteligentes”, baseado em quatro pilares norteadores, que não é consenso entre os teóricos e pesquisadores que se debruçam em pesquisar sobre a temática. Para Grazi Carvalho, a definição de cidade inteligente, no Brasil, deve atender quatro pilares: cidade humana, cidade eficiente, cidade sustentável e governança inteligente. Dessa forma, as cidades que atendem tais pilares em nosso país e que são consideradas cidades inteligentes são: São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Balneário Camboriú, Salvador, Brasília, Campinas, Niterói, Rio de Janeiro, Barueri e São Caetano do Sul, entre outras cidades.

Para que sejam consideradas “Cidades Inteligentes”, devem estar em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O ODS 11 mostra a necessidade de “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resistentes e sustentáveis”. Portanto, para além de pensar as “Cidades Inteligentes”, é fundamental destacar que todas as cidades brasileiras devem prever o fornecimento às pessoas de moradia digna, trabalho, serviços de saúde, educação, cultura, lazer e transporte.

Por fim, destacamos que as cidades do século XXI  que querem se tornar “Cidades Inteligentes” no futuro devem, sobretudo, pensar na intervenção dos cidadãos em processos de tomada de decisão sobre a cidade.

Por isso, deixamos um desafio ao leitor para descobrir se sua cidade está dentro das cidades inteligentes brasileiras e, se sim, quais as mudanças que estão sendo realizadas para deixar sua cidade melhor para a sociedade.

* Renata Adriana Garbossa da Silva e Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha, são professoras da Escola Superior de Educação da Uninter.

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Autor: Renata Adriana Garbossa e Vera Cristina Scheller*
Créditos do Fotógrafo: StockSnap/Pixabay


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