5ª Semana de Trânsito Uninter reforça a escolha pela vida

Autor: Evandro Tosin - jornalista

Em 2022, foram mais de 1 milhão de acidentes de trânsito no país e mais de 20 mil óbitos, de acordo com o Ministério da Infraestrutura. É como se um município brasileiro desaparecesse a cada ano. Afinal, do total de 5.565 municípios no Brasil, 73% destes municípios possuem entre 10 e 20 mil habitantes. Além disso, acidentes de trânsito são a a principal causa de morte de pessoas entre 4 e 29 anos de idade.

Por isso, todos os anos, entre os dias 18 e 25 de setembro, é realizada a Semana Nacional do Trânsito, com o objetivo de reduzir o número de lesões e mortes no trânsito para modificar a realidade brasileira. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a data tem o objetivo de promover atividades de educação e fiscalização, além de proporcionar um trânsito mais seguro e sustentável. O tema escolhido deste ano foi “No trânsito, escolha a vida”.

Na Uninter, o curso de Tecnologia em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana promoveu pelo quinto ano a programação internamente, com o objetivo colocar em debate o trânsito na perspectiva da realidade brasileira. Com convidados de destaque na área, o evento é destinado aos alunos e à comunidade, buscando promover reflexões para os futuros gestores do trânsito, o exercício da cidadania e soluções para a mobilidade urbana.

Nenhuma morte é aceitável

O evento foi transmitido no canal de YouTube da Escola de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança (ESGPPJS) da instituição, e recebeu cinco especialistas pesquisadores na área de trânsito. A apresentação foi realizada pelo coordenador do curso de Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana da Uninter Gerson Buczenko, e o professor Valdilson Lopes.

A abertura aconteceu no dia 11 de setembro (clique aqui) e contou com a presença vice-reitor da Uninter, Jorge Bernardi, e a diretora da ESGPPJS, Débora Veneral. Os convidados foram o doutor em Educação e especialista em Segurança no Trânsito Francisco Garonce e o diretor de ensino do Centro de Formação de Condutores Cadore, de São Luiz Gonzaga (RS), Eduardo Cadore.

Garonce durante a sua fala citou a filosofia “Visão Zero”, nascida na Suécia em 1997 e que defende que nenhuma morte no trânsito é aceitável.

“Os sinistros são previsíveis. Quando estou dirigindo um carro, e decido mexer no celular para receber uma mensagem porque acho que ela é muito importante, é previsível que eu possa me envolver em um sinistro”, comenta Garonce.

Para prevenir os acidentes, a educação é fundamental. “O trânsito que é o resultado da ação de cada um de nós. Ao tomar uma decisão não é apenas decidir onde vou atravessar ou parar, é a decisão que é tomada pelo educador de trânsito que capacita os jovens para perceber o risco e proteger a sua vida”, complementa.

Ele ainda destacou o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito 2021-2030 (clique aqui), criado em 2018 e do qual ele foi um dos colaboradores, para orientar gestores de trânsito em alinhamento com a nova década de Segurança no Trânsito da ONU.

O outro convidado da noite, Cadore, enfatizou a importância do instrutor de trânsito como um operador da legislação, afinal as leis são prolixas e extensas, o que gera uma dificuldade de compreensão por parte da sociedade. “Os instrutores estão atuando diretamente na formação de condutores, sendo exemplo para seus candidatos e fonte de informação para a sociedade”, comenta o especialista.

Educação e fiscalização para um trânsito seguro

No segundo dia da transmissão (clique aqui) que ocorreu em 12 de setembro, participaram o especialista multidisciplinar em trânsito e fundador da Tecnodata, Celso Mariano; a diretora de Educação de Trânsito do Detran do Mato Grosso do Sul (MS), Andrea Moringo da Silva, o Tenente-Coronel da Reserva da Brigada Militar (RS) Ordeli Savedra Gomes e o agente de fiscalização de trânsito de Chapecó (SC) Vitor Silva.

Andrea abordou exemplos de educação no trânsito realizadas pelo Detran (MS), como a Escola Pública de Trânsito, o programa de emissão social da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), a qualidade na formação de condutores, campanhas educativas e oficinas práticas pedagógicas.

“Esse trabalho deve ser realizado de forma planejada, os nossos gestores sempre estão avaliando o que pode ser feito. Muitas vezes, retomando ações que foram feitas e que deram certo.  Ela deve ser integrada com órgãos e instituições não-governamentais. Temos as mídias que mobilizam a sociedade para um comportamento mais seguro no trânsito. Essa responsabilidade é compartilhada com o governo estadual, municipal e toda a sociedade civil deve abraçar pra si”, afirma Andrea.

A segurança no trânsito no Brasil foi o tema discutido por Celso Mariano. Um dos destaques foi o risco de dirigir sob efeito de álcool, que é considerado infração ou crime de trânsito de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CTB). O número de acidentes por causa do uso de álcool e direção está relacionado com a educação e conscientização no trânsito por parte dos indivíduos de cada país. “Precisamos cada vez mais de educação para o trânsito, em todos os níveis, na família, na escola”, comenta Mariano.

Segundo levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) do Ministério da Saúde, mais de 10 mil pessoas morreram devido à mistura de álcool com direção em 2021 no Brasil. Ou seja, uma vítima fatal a cada hora por esse motivo no país.

Gomes falou sobre a integração dos municípios ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT) prevista no CTB, Lei Seca e alcoolemia. “Em 2008, com a lei 11.705 nós tivemos a primeira infração de trânsito punível com o tempo de suspensão do direito de dirigir fixado em 12 meses”, comenta Gomes.

E para que a segurança no trânsito seja uma realidade, a fiscalização pode ser aliada importante, como abordou Silva. “A fiscalização é feita para que seja gerado um trânsito em condições seguras” afirma.

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Autor: Evandro Tosin - jornalista
Edição: Larissa Drabeski


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