JORNALISMO

Um guia para viver de notícias na próxima década

Autor: Beatriz Vasconcelos - Estagiária de Jornalismo

Nas últimas duas décadas, o jornalismo sofreu mudanças devido aos grandes avanços da tecnologia. O conteúdo que antes era produzido de forma analógica, hoje em dia pode ser realizado com o emprego de recursos digitais, resultando em notícias que podem ser veiculadas em poucos minutos. Como consequência disso, o jornalismo vem passando por diversos desafios e transformações.

Em vista de todo o processo de mudança que vem ocorrendo na área, o jornalista Clóvis César Pedrini Junior resenhou o livro “Profissão Jornalista: um guia para viver de notícias na próxima década”, de Maura Oliveira Martins, lançado pela Editora Intersaberes neste ano.

A resenha, intitulada “Quando o Jornalismo parece perder espaço, é hora de apostar na credibilidade”, foi publicada na última edição da Revista Uninter de Comunicação (RUC). “É muito mais do que qualquer manual com dicas fáceis. Longe de ser uma autoajuda profissional, Maura se arrisca em um território pantanoso, e por isso o resultado é urgentemente necessário”, explica Clóvis.

Em seu texto, ele descreve um pouco de cada capítulo do livro, que se divide em cinco partes: 1. O Jornalismo brasileiro na contemporaneidade, 2. O jornalismo pós-industrial e as influências das mídias, 3. Modalidades valorizadas em um novo cenário da profissão, 4. Novos formatos e métodos na produção de conteúdos jornalístico, e 5. Perspectivas para a profissão.

Conforme argumenta Clóvis, durante a leitura do livro é possível acompanhar todo o processo das transformações nos métodos de produção de notícias e nos modelos de negócio do jornalismo, além de refletir sobre a necessidade de uma autoanálise do jornalista em relação à sua atuação.

A resenha também destaca dados de uma pesquisa realizada em 2013 pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), discutida por Maura Martins em seu livro. O estudo em questão delineou o perfil dos cerca de 245 mil jornalistas em atividade no país. A partir disso, Clóvis apresenta em seu texto dois aspectos positivos que merecem destaque na pesquisa de Maura.

Um deles é o fato de que, mesmo com a desregulamentação profissional conferida pelo Supremo Tribunal Federal em 2009, que derrubou a obrigatoriedade do diploma, nove em cada dez jornalistas possuem graduação na área. E o segundo aspecto relevante é a informação de que entre todos os formados em Jornalismo no Brasil, menos de um terço deixa de exercer a profissão para atuar em outras áreas.

A investigação realizada pela UFSC também diagnosticou desigualdades, como a defasagem salarial das mulheres em relação aos homens jornalistas e a prevalência de pessoas da cor branca na profissão. Assim, Clóvis afirma que “o jornalismo que tanto luta contra as desigualdades sociais, acaba reproduzindo uma velha e conhecida realidade nacional.”

Ao concluir sua análise, Clóvis destaca que o jornalismo atual precisa apostar na sua credibilidade e valorizar antigos métodos, apostando no trabalho investigativo, literário, de dados, comunitário e independente. Ele afirma ainda que o livro “Profissão Jornalista: um guia para viver de notícias na próxima década” deve tornar-se referência bibliográfica básica para estudantes de jornalismo que pretendem se destacar diante das mudanças que estão ocorrendo no mercado.

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Autor: Beatriz Vasconcelos - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Mauri König


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