Sem a logística, a vacina não chegaria a lugar nenhum

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

A logística é um conjunto de técnicas, métodos e conhecimentos destinados a substanciar o fluxo de abastecimento de insumos, movimentação de mercadorias e estocagem. Trata-se de um dos setores mais importantes dentro de uma indústria, que hoje ganha destaque no processo de vacinação contra a Covid-19.

A segunda edição do programa Nas Ondas da Politécnica, transmitido pela Rádio Uninter no último dia 07.maio.2021, abordou justamente o papel da logística dentro do programa de vacinação, um tema relevante e atual. Com mediação do professor Guilherme Rodrigues, o programa recebeu o professor Douglas Soares Agostinho e a estudante de Engenharia da Produção Tawini Ribeiro da Cruz.

O professor Douglas trouxe algumas informações sobre a vacinação. O grande objetivo atualmente é acelerar a produção, mas fazer isso não é tão simples. “As 5 principais fabricantes de vacinas são: Moderna e Pfizer (Estados Unidos), Astrazeneca (Inglaterra), Gamaleya (vacina sputnik da Rússia) e a Sinovac (China). Somadas, elas têm a capacidade de produzir 6,5 bilhões de doses por ano. Todas essas empresas estão ampliando sua capacidade de produção. A ideia é triplicar essa produção o mais rápido possível”, afirma Douglas.

Existe uma desconfiança em relação à velocidade com que a vacina foi desenvolvida. Por ter ficado pronta em apenas um ano, muitos ainda se sentem inseguros e até desconfiam de sua eficácia. Porém, o temor não se justifica. A vacina foi produzida com uma velocidade alta porque pesquisadores do mundo todo colaboraram exclusivamente para o seu desenvolvimento. A tecnologia permitiu que a vacina surgisse em tempo recorde.

Quanto à distribuição da vacina em escala global, até o dia 6 de maio os países líderes em número de vacinados eram China (297 milhões), Estados Unidos (250 milhões), Índia (162 milhões), Reino Unido (51 milhões), Brasil (46 milhões), Alemanha (34 milhões). Tratando-se de porcentagem, quem mais se destaca são Israel e os Emirados Árabes, que vacinaram 100% de suas populações. “Todos estão correndo atrás, todos precisam da vacina. Os países com mais recursos vacinam primeiro, mas existem países que não vacinaram nem 5% da população, pois não têm dinheiro, não têm um governo forte”, completa Douglas.

O professor comentou também sobre a dificuldade no aumento da produção, por se tratar de toda uma cadeia de produção, onde cada processo influencia: “Não adianta ter a vacina sem ter todo o material, a agulha, a seringa etc. O processo de fabricação da agulha, da seringa é muito complicado também, não é fácil, então é muito difícil aumentar a produção, mas existe uma mobilização para isso”, ressalta.

Hoje, quando falamos em logística, todo esse processo de produção de insumos está envolvido, é uma cadeia enorme: “Acredito que ainda vamos passar por um período de falta de insumos, pois existe uma cadeia de suprimentos, então não é fácil aumentar a produção. Não é tão simples”, adverte.

Tawini Ribeiro comenta que a logística parece uma coisa simples na teoria, mas passa longe disso. “Na teoria tudo é fácil. Na teoria, logística é só receber, guardar e mandar, mas tem muita gente envolvida no processo. Se o fornecedor atrasar a entrega da matéria prima, atrasa todo o processo, e assim por diante. São coisas que não dependem só do nosso controle, a própria pandemia nos pegou de surpresa e impactou muito. Foi na prática que eu aprendi que não é fácil mesmo”, afirma a estudante.

A logística é essencial para o fluxo dos processos na indústria. “A logística envolve muitas áreas, o vendedor tem que conferir se tem o produto em estoque, primeiramente, se não tiver tem que fazer o pedido desse produto, aí envolve o pessoal de compras, o pessoal do estoque, o fornecedor. Quando o material chega, é necessário um pessoal que faça o recebimento, a conferência, a armazenagem, tem que dar entrada no sistema, envolve o setor fiscal, e daí vai para a expedição. Então é um grande trabalho, envolve o comercial, a expedição, o transporte, são várias etapas. É uma cadeia, uma série de processos”, completa Tawini.

Hoje vivemos uma realidade em que as pessoas buscam o maior conforto, atuando a partir de casa. Douglas comenta que o setor de logística cresceu muito com o distanciamento social. “Durante a pandemia, o e-commerce cresceu mais de 400%, o setor de logística cresceu muito também com as compras de casa. Hoje até o processo de rastreio do pedido o cliente consegue acompanhar. O avanço da tecnologia ajudou muito no processo, é possível importar da China com rapidez, algo impensável tempos atrás. A logística hoje é a ‘menina dos olhos’ das empresas, quanto maior a eficácia e a rapidez da logística, melhor para o negócio”, ressalta.

Por fim, tivemos um momento de descontração, quando Douglas e Tawini comentaram sobre suas trajetórias e destacaram um filme de sua preferência. “O meu ponto de virada aconteceu quando eu era criança. Eu queria ser engenheiro, gostava de pegar e desmontar tudo. E no ensino médio tive a oportunidade de fazer um curso técnico em mecânica, e foi muito corrido. E daí pra frente minha vida profissional foi toda ligada à área mecânica e de produção, que eu adoro”, conta Douglas.

“Tenho lembrança do filme ‘Tempos Modernos’, de Charles Chaplin, é um filme de comédia com drama, muito bacana. Recomendo a todos assistirem. Eu até uso esse filme em algumas aulas”, acrescenta.

Tawini, por sua vez, conta que primeiramente queria ser engenheira civil, mas acabou focando na logística. “Eu queria fazer engenharia civil, mas não consegui. Aí fui fazer um curso técnico em logística, e tive a sorte de trabalhar com a educação, e eu amo, adoro o que faço. O filme que o professor Douglas citou, do Charles Chaplin, é muito bom. O filme do Mcdonald ‘s também é um filme muito interessante que quero ver, até para entender toda a logística por trás de uma empresa de tanto sucesso. Eu também gosto muito da série ‘o Sócio’”, completa.

Você pode conferir a gravação completa na página oficial da Rádio Uninter no Facebook.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília


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