Reflexões sobre a diversidade de vida, a proteção e os programas internacionais

Autor: Mauricio Geronasso - Estagiário de Jornalismo

Nos últimos anos, algumas grandes empresas têm investido quantias astronômicas no desenvolvimento do turismo espacial, o que levanta questionamentos éticos. E se esse dinheiro fosse empregado para erradicar a fome, a pobreza, a desigualdade, diminuindo as diferenças sociais? Ou se fosse investido na preservação ambiental, minimizando o cenário da crise da biodiversidade em que vivemos e melhorando essas perspectivas para o futuro?

A reflexão sobre o “eu” como indivíduo e sua participação no mundo nunca foi tão importante. Devemos tomar consciência de nosso papel no planeta, do quanto degradamos ou recuperamos do meio ambiente em que vivemos. Essas são algumas das reflexões sobre biodiversidade, tema escolhido pelo professor Rodrigo Berté, diretor da Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter, para a palestra de encerramento da 2ª Maratona ECOS do Brasil. O evento contou com um total de 12 horas de palestras e debates relacionados a meio ambiente, humanidades e saúde.

A reparação da biodiversidade ambiental não acontece na mesma velocidade que os danos. Muitas vezes não há necessidade de ação humana para recuperar a natureza, sabe-se que o solo é um ser vivo e que ele mesmo tem capacidade de se regenerar, bastando apenas proteção da nossa parte.

“Além disso, existem experiências maravilhosas no Brasil, na África do Sul, nos Estados Unidos e em alguns países europeus, que perceberam naquele processo de degradação do século passado a necessidade de recuperação dos danos, em especial em recuperar a floresta, o que automaticamente gera água”, relata Berté, referindo-se ao processo conhecido como plantar água – regenerar ambientes degradados plantando e recuperando florestas que consequentemente geram naturalmente depósitos de água.

Nos mares também são visíveis os problemas que o mundo enfrenta, como a luta contra a pesca de arrasto, prática que tem extinguido diversas espécies de peixes, principalmente quando realizada nas épocas de defeso e piracema. Os oceanos acumularam ao longo dos últimos anos algo em torno de 14 milhões de toneladas de micro plásticos. Especialistas apontam que essas partículas são ingeridas por peixes e tartarugas, inclusive muitas variedades desses peixes são consumidas por nós, seres humanos.

O Brasil tem peso importante na poluição dos mares. Somos o maior produtor de plástico da América Latina. E a previsão para os próximos anos não é das melhores. Se seguirmos no mesmo ritmo, espera-se que a quantidade de plástico despejado nos mares triplique, chegando a 29 milhões de toneladas métricas até 2040. Se nada for feito, os oceanos terão mais plástico que peixes em 2050, segundo alerta a Organização Mundial da Saúde.

Governos e organizações vêm aumentando o ritmo das ações de preservação, num esforço contra o tempo. Hoje 43% das principais regiões de biodiversidade no mundo estão cobertas por áreas protegidas, em comparação aos 29% dos anos 2000, conforme relatório de cuidados ambientais da ONU.

Os investimentos na preservação aumentam a cada ano e hoje chegam a US$ 9,3 bilhões, o valor anual de financiamento público internacional para a biodiversidade, sendo o dobro da década anterior. Ao todo, 91 países aplicam padrões globais para a integração do meio ambiente na contabilidade nacional, sustentado as seguintes visões: preservacionismo, conservacionismo, ecodesenvolvimento e ecocapitalismo.

Já no Brasil, o Marco Legal da Biodiversidade, Lei 13.123, de 20 de maio de 2015, legaliza e incentiva a pesquisa, facilitando a exploração econômica da biodiversidade brasileira, protegendo o conhecimento dos povos tradicionais e incentivando a produção de novos remédios, cosméticos e insumos agrícolas. Berté destaca que o caminho é esse, estimular a inovação de forma que o desenvolvimento da sociedade esteja associado à preservação ambiental.

Você pode acompanhar a íntegra da palestra de Rodrigo Berté, “Reflexões sobre a diversidade da vida, a proteção e os programas internacionais”, por meio da página do Facebook ou do Canal do YouTube da Uninter.

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Autor: Mauricio Geronasso - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Leonid Danilov/Pexels


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