Pesquisa aponta contraste entre perfil do candidato e do eleitor curitibano

Miriã Calistro – Estagiária Jornalismo

Uma pesquisa realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE-PR) aponta as diferenças mais comuns entre o perfil dos candidatos e dos eleitores curitibanos. Segundo dados, dos concorrentes, 69% são homens, 56% estão casados, 93% pertencem à raça branca, 73% tem mais de 40 anos e 42% possuem curso superior. Já o perfil do eleitor é composto por 64% de mulheres, 46% tem menos de 40 anos e apenas 24% terminou a faculdade.

Segundo Doacir Quadros, professor do curso de Ciência Política da UNINTER, esse é um cenário que representa toda a política brasileira. ‘’Isso acontece por não existir de fato um processo de renovação em relação aos políticos’’, diz. Para ele, existem dois aspectos que mais chamam a atenção em relação ao perfil dos candidatos. ‘’Percebemos que entre os candidatos, a raça branca prevalece, mostrando que o nível de representatividade dos negros na política é mínimo, assim como as mulheres estão em minoria’’, destaca.

Assim como o apontado pela pesquisa, O professor ainda comenta que a desigualdade na participação política das mulheres em comparação aos homens, pode ter duas principais motivações. ‘’Existe uma certa resistência por parte das mulheres em participar da política, pois ainda hoje, muitas estão envolvidas com as atividades domésticas e a política exige negociação, o que acaba por afastá-las desta carreira. A segunda motivação é que os partidos políticos ainda se mostram resistentes a partição das mulheres’’, explica.

No ano passado, o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 98/2015, na qual estabelece cotas de 10% de candidaturas destinadas às mulheres para cargos de deputadas e vereadoras. ‘’Além das cotas, os partidos precisam direcionar 30% do seu capital de recursos partidários para as campanhas das candidatas”, comenta Quadros.

Para o professor, essa lei é fundamental, mas não haverá reflexo a curto prazo e, sim, a longo. ‘’Precisamos lembrar que a baixa participação das mulheres na política não se dá apenas pela restrição dentro dos partidos políticos, mas também pela falta de interesse da própria mulher em relação à política’’, fala. Mas ele se vê otimista e acrescenta que, daqui a alguns anos, veremos uma maior participação feminina na política brasileira.

Edição: Andressa da Rosa

 

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