Organizações internacionais ganham mais relevância durante a pandemia

Autor: Arthur Salles - Estagiário de Jornalismo

A pandemia de Covid-19 ampliou o debate sobre o papel das organizações internacionais e sua influência sobre os rumos de diferentes nações. A OMS (Organização Mundial de Saúde), fundada em 1948 e responsável por gerir os assuntos de saúde no plano internacional, entrou de vez no debate público como liderança no combate à pandemia.

A principal função da agência vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas) é a de articular centros de pesquisa localizados em diferentes regiões do mundo. Reunindo dados globais, a colaboração pode produzir respostas e definir procedimentos a serem adotados em questões sanitárias, desde normas de tratamento até a avaliação da eficácia de medicamentos.

Ainda que não tenha poder de decisão sobre os Estados, a OMS é uma liderança natural na adoção de regras de controle da saúde. Suas definições têm impacto sobre a comunidade internacional, e são capazes de inspirar diretrizes em nações do mundo todo.

“Tem temas da agenda internacional que os Estados não podem resolver sozinhos. A pandemia é um bom exemplo, dado que a gente tem a necessidade de produzir conhecimentos, mas também de compartilhar esses conhecimentos”, comenta o doutor em Ciência Política Alexsandro Eugênio Pereira.

O especialista foi convidado pelo curso de Relações Internacionais da Uninter para explicar a importância dessas instituições, especialmente durante a pandemia. A conversa foi mediada pelo professor André Frota, com transmissão pelo Facebook em 07.dez.20.

Os aspectos sanitários produzem impactos em outras áreas, como social e econômica. Essas implicações também podem servir de plataforma para disputas políticas entre atores internacionais, como é o caso de China e Estados Unidos. A disputa econômica que atravessa os países há anos se refletiu nas diferentes posturas adotadas por cada um deles em relação à OMS. O presidente Donald Trump chegou a suspender o vínculo do país norte-americano com a organização, acusando-a de ser controlada pelos chineses.

A tensão vista no palco internacional contamina o debate público. A desconfiança da população diante de órgãos como a OMS se alimenta de discursos de reprovação às atitudes tomadas pela organização.

“A complexidade das relações internacionais está sujeita a essas disputas de poder e às pressões produzidas pela própria indústria farmacêutica”, diz Pereira. “A gente não pode olhar para essas organizações como se elas pairassem acima dos interesses dos Estados.” A íntegra do bate-papo pode ser conferida aqui.

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Autor: Arthur Salles - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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