Oito de março: a pluralidade do que é ser mulher

Autor: Nayara Rosolen - jornalista

Oito de março, o dia que marca a celebração das conquistas das mulheres por meio das lutas no século XX, é também uma data em que muitas gostariam de ter que lutar menos para ter o básico, como a liberdade e o respeito por suas escolhas, sem tantas justificativas.

Muitos são os anseios que passam pelo imaginário das mais diversas mulheres quando uma simples pergunta é colocada para reflexão: “Como seria o seu dia das mulheres ideal?”.

Na busca por apresentar um pouco da diversidade do que é ser mulher, a Central de Notícias Uninter (CNU) reuniu 19 mulheres, colaboradoras do Grupo Uninter, para falar sobre como serial o Dia Internacional da Mulher ideal para cada uma delas e representar alguns dos anseios das 1.034 mulheres que compõe mais da metade do quadro de colaboradores da instituição.

“O próprio fato de estar reunidas, encontrar várias mulheres da Uninter com grandes histórias inspiradoras, já é um momento histórico”, avalia a coordenadora de comunicação da Uninter, Adriana Lopes Martins.

Entre acordar com calma para ter mais tempo de qualidade para si, com a família e os amigos, e conseguir a igualdade com todos os direitos respeitados, muitas vezes “na correria do dia a dia, a gente nem consegue pensar qual seria o dia ideal da mulher”, complementa Adriana.

“Muitas pessoas romantizam a mulher pelo fato de ela conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo. E isso não é uma questão de gênero. Por que ela tem que fazer? Será que não cansa em algum momento?”, questiona a coordenadora do curso de Direito do centro universitário, Tiemi Saito.

É fato que: “toda conquista não vai ser dada por outras pessoas, se não pelas próprias mulheres, de mãos dadas”, garante a gerente jurídico e compliance officer do Grupo Uninter, Carolina Rodrigues Gomes do Amaral.

A conquista e ocupação de espaços, como o mercado de trabalho, com as mesmas condições de igualdade, ainda é uma das lutas incansáveis que as mulheres têm galgado desde o século XX. Apesar dos avanços, “é um dia para gente lembrar que a gente vem de um sistema que historicamente é uma figura que sofreu muito e ainda sofre com preconceito”, salienta a coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão de Turismo, Grazielle  Maccoppi.

Também é preciso pensar nas diferentes jornadas e realidades vividas por cada uma das mulheres em suas individualidades. De acordo com um estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no 3º semestre de 2021 a taxa de inserção da mulher no mercado de trabalho era de 52,3%, cerca de 2,3% a menos que o mesmo período de 2019. No recorte por raça, entre as 7,4 milhões de desempregadas, 63,5% eram negras.

Além disso, a pesquisa mostra que o rendimento médio mensal de 2019 a 2021 das mulheres teve uma redução de mais de 60 reais. Por hora, em 2021 as mulheres recebiam uma média de R$13,89, enquanto os homens ganhavam R$15,25. Para mulheres negras, esse valor reduzia para R$10,83. Já para as não negras, aumentava para R$17,13.

Débora Klassen, que além de mulher negra é uma pessoa com deficiência, enfatiza que a vivência é impactada por vários complementos.

“Nesse dia, [gostaria de] ser reconhecida pelo que eu sou. Talvez pelo meu sorriso, pela minha cor, pelo meu jeito de ser”, afirma Débora, que é professora da Escola Superior de Educação (ESE).

Para a auxiliar de limpeza, Carmen Marek, o desejo é de que “todas as mulheres tivessem conhecimentos amplos das benfeitorias que têm perante a lei” e “soubessem usufruir disso”.

“Aquele dia em que a gente poderia comemorar a liberdade das mulheres e das meninas (…)  seria um grande dia das mulheres. Acho que eu não vou ver isso, mas espero que a geração da minha filha, da minha neta, veja”, diz a professora ESE, Maristela Gripp.

A homenagem, produzida totalmente por mulheres, está disponível neste link.

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Autor: Nayara Rosolen - jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Natália Schutz Jucoski


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