O que você está fazendo para combater a pandemia?

Autor: Poliana Almeida - Estagiária de Jornalismo  

Uma das grandes dificuldades de se enfrentar a pandemia do coronavírus é a natureza coletiva da doença. Ou seja, a pandemia nos afeta enquanto população, portanto é preciso mudar o comportamento de todos os indivíduos se queremos de fato vencer o desafio.

A Uninter tem um programa mensal, transmitido pelo AVA Univirtus, o “Tô Bem”, que discute temas relacionados à saúde física e mental. No dia 14.abr.2021 aconteceu mais uma edição, com o tema Entendendo o vírus – Como funciona a dinâmica de transmissão do Sars-Cov-2 e como eu me incluo nisso?

O médico infectologista Bernardo Montesanti Machado de Almeida concorda que ouvimos notícias sobre assunto o dia todo. Entretanto, é essencial que fique bem claro “onde estamos inseridos nesse universo de informações”.

Para que isso aconteça, é necessário compreender como o vírus se comporta. O conceito de transmissibilidade, por exemplo, nos ajuda a entender qual a probabilidade de infecção em determinado momento. Considerando que a comunidade médica chama a taxa de transmissão de “R”, temos de:

R = 1: significa que a cada 100 pessoas infectadas, o vírus é transmitido para mais 100. Logo, ocorre uma manutenção no número de casos.

R > 1: significa que a cada 100 pessoas infectadas, o vírus será transmitido para um número ainda maior de pessoas. Se o “R” for igual 1,2, por exemplo, 100 infectados transmitirão o vírus a 120 pessoas. Logo, há um aumento exponencial de casos.

R < 1: indica que 100 infectados contaminam um conjunto menor de pessoas. Logo, temos a redução do número de casos.

As medidas restritivas de circulação em shoppings, restaurantes, bares e outros estabelecimentos são, justamente, para tentar conter o crescimento do “R” do vírus, mantendo-o abaixo de 1. Aliada ao uso de máscaras e distanciamento, essa é uma medida efetiva na luta contra o inimigo invisível.

Será que apenas essas estratégias bastam? Países como Austrália, Nova Zelândia e Vietnam fizeram poucos lockdowns e a mobilidade urbana foi normal na maior parte do tempo. Por outro lado, Brasil, Estados Unidos e Reino Unido tiveram eventos de restrição mais rígida. Comparando as duas situações, vemos que o número de mortes por milhão de habitantes é muito menor nos primeiros países (veja o gráfico).

Segundo o infectologista Bernardo, isso não aconteceu em um passe de mágica. “O que define a quantidade de óbitos não são lockdowns, mas o que é feito além deles”, declara.

É nesse sentido que a colaboração e entendimento da população torna-se de extrema importância. Levando em consideração que 50% dos casos são assintomáticos, e que a cada 10 casos, apenas de 1 a 2 são detectados, o infectologista faz uma comparação com o ato de dirigir alcoolizado: “Quando você bebe e sai dirigindo não está afetando apenas você, mas outra pessoa também pode sofrer as consequências dos seus atos. Com o coronavírus é a mesma coisa”.

Parece repetitivo, porém, se quisermos ver as mortes diminuírem, ainda é preciso usarmos máscaras, termos distanciamento social e lavarmos regularmente as mãos. Seu papel na luta para sairmos da pandemia é esse: cuidar de você e dos outros ao seu redor.

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Autor: Poliana Almeida - Estagiária de Jornalismo  
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: TheOtherKev/Pixabay e reprodução


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