O que ninguém conta sobre os LEDs e seus riscos para a saúde

Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)

Os seres humanos, desde a década de 1990, estão sendo continuamente submetidos aos LEDs (Diodo Emissor de Luz). Essa condição pode ser vista na iluminação de casas, prédios, no uso em telas de TVs, tablets e smartphones. Ocorre que a sensação de luz branca advém do uso de alta luminância azul, juntamente com a adição do fósforo de granada amarelo na superfície do diodo, atingindo picos de 460 nanômetro (nm).

A luz azul está próxima ao ultravioleta de alta energia.  A faixa espectral do azul inicia em 380 nm e termina em 500 nm. Esta luz azul possui alta energia, quando expostos de maneira contínua, acarreta efeitos acumulativos sobre o sistema visual, sendo relacionados com glaucoma e degeneração da retina. Isto porque contribui para oxidação das células visuais, pela produção de espécies reativas do oxigênio (ROS). Além da alteração no ciclo circadiano, pela diminuição na produção de melatonina, especialmente quando ficamos sob esta incidência no período noturno, induzindo à insônia.

Estudos da Universidade do Oregon-EUA conduzidos por Trevor R. Nash, Yang J  e colaboradores, publicados nos artigos Daily blue-light exposure shortens lifespan and causes brain neurodegeneration  e Chronic blue light leads to accelerated aging in Drosophila by impairing energy metabolism and neurotransmitter levels, desde 2019 demostram que esta luz apresenta potenciais neurodegenerativos.

Estes estudos avaliaram os efeitos da emissão de luz LED sobre moscas da espécie Drosophila melanogaster, popularmente conhecida como mosca da fruta. As moscas foram submetidas a ciclo de exposição à luz azul LED de 12 horas e outro de 12 horas no escuro. Elas apresentaram, sintomas de envelhecimento acelerado, desempenho locomotor prejudicado, neurodegeneração e redução da expectativa de vida, quando comparadas ao grupo controle que permaneceu em escuridão constante.  A neurodegeneração foi evidente mesmo em grupo onde olhos foram ablados geneticamente, isto indica que a luz LED dentro do espectro do azul, pode danificar células de tecidos sem relação com a percepção da luz. Foram detectados nos estudos alteração do nível de alguns neurotransmissores como o GABA – ácido gama-aminobutírico, levando à hipótese deste comprimento de onda perturbar a neurofisiologia.

Até o momento não há leis para que os LEDs tenham uma frequência mínima e máxima de emissão no comprimento de onda azul, também a população não é comunicada, esclarecida de maneira eficiente sobre os riscos à exposição destas lâmpadas e telas. No Brasil há um projeto de Lei, o 4.344, de 2019, que pretende ao menos fazer com que os fabricantes, coloquem nas embalagens destes produtos seus possíveis efeitos nocivos. Por hora, recomenda-se que as pessoas utilizem filtros para luz azul, seja diretamente nas telas, seja em óculos.

 

*Viviane Oliveira de Melo – especialista em Neuroaprendizagem, Biotecnologia e tutora dos cursos de Pós-Graduação da Uninter na área de Neurociências.

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Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)


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