O medo que nos move não pode ser o mesmo que paralisa

Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo

O ser humano é moldado pelo contato com outras pessoas, seja por suas emoções ou ações. Todos nós nascemos e crescemos inseridos em um mundo globalizado, onde as formas de comunicação são múltiplas.

Entretanto, de uma hora para outra, tudo precisou ser mudado: não podemos mais sair de nossas casas para abraçar os amigos e as pessoas que amamos; o trabalho foi remanejado para o home office e já não se sabe mais o que separa a vida pessoal da profissional; nossas crianças não podem ir à escola. A pandemia da Covid-19 colocou nossas vidas de pernas para o ar.

E no meio a todos esses novos problemas, como será que ficam nossas emoções? De acordo com estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), entre os meses de março e abril do ano passado o número de pessoas com problemas emocionais, como ansiedade e estresse agudo, chegou a dobrar.

Segundo o médico José Jacyr Leal Jr, este momento veio para ressignificar nosso entendimento sobre as coisas que nos rodeiam. Logo, é importante que estejamos preparados para o sofrimento, buscando maneiras de trazer esperança aos nossos corações novamente e nos unindo para um bem maior, mesmo que não seja tarefa fácil.

Jacyr destaca que algo que nos atrapalha muito, no contexto da pandemia, é a desinformação acerca do vírus, o que pode gerar um descontrole das emoções negativas, produzindo incerteza e preocupação.

“É preciso que agora que possuímos informações mais claras sobre o vírus, nos atenhamos ao medo que nos acomete e pode trazer angústias exageradas, para tentar transformar essa energia em algo positivo e motivador para sairmos dessa fase ruim”, pontua.

Diante de situações que nos acuam de alguma forma, é preciso transformar o medo em coragem para enfrentar as adversidades.

“Gosto de tomar como base o filme Divertidamente, lançado pela Disney em 2015. Conhecemos uma história das diversas emoções dentro do cérebro de uma criança, como tristeza, raiva, medo, dentre outros. Em um momento chave do filme, aquela criança precisa que a tristeza entre em ação, para motivá-la a sentir alegria, pois sem uma, a outra não existe”, explica.

O professor da área de Humanidades da Uninter Adriano Lima recorda um trecho do livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, para falar de uma das formas de nos sentirmos melhor e acalmar nossas angústias nesse período tão difícil. “O trecho fala basicamente de como não ter Deus, pois a vida com ele é mais fácil; portanto, devemos esperar por dias melhores e ter a certeza de que chegaremos do outro lado”, conclui.

As falas de Adriano Lima e José Jacyr Leal Jr foram mediadas pelo coordenador de Humanidades da Uninter, Manoel Cicero Bezerra, durante o programa Voz Ativa: Emoções e Pandemia, transmitido ao vivo no dia 17.mar.2021 na página do Facebook da área de Humanidades, e também no canal do Youtube da Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter.

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Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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