Mudança de comportamento pode ser a solução para crises mundiais

Autor: Daniela Mascarenhos – Estagiária de jornalismo

Antes mesmo de enfrentarmos a atual pandemia de Covid-19, o tema “sustentabilidade” já estava no centro das atenções mundiais. Uma palavra que ao ser pronunciada já é rapidamente associada à preservação do meio ambiente e às lutas por um mundo mais verde. Mas será que as “atitudes sustentáveis” não podem se tornar rotina, de modo que as pessoas deixem de considerá-las como algo extraordinário?

Mudança de comportamento é a palavra-chave para responder a esse questionamento. Um exemplo é o problema do buraco na camada de ozônio, que foi praticamente resolvido graças a uma mudança na indústria, que deixou de usar o gás CFC (clorofluorcarbono), identificado como a maior causa do problema. No entanto, ainda não se encontrou uma solução simples para a situação das bruscas mudanças climáticas e do aumento do carbono atmosférico.

O professor Eduardo Bessa falou sobre o assunto em sua participação como convidado na 2° Maratona da Sustentabilidade, promovida pela Escola de Saúde, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter, com o tema “Como estimular atitudes mais sustentáveis em uma escala global? A missão do painel internacional de mudanças comportamentais (PNUMA/ONU)”. Durante a live, exibida no dia 11.jun.2021 através das plataformas digitais da Uninter, o membro da diretoria do IPBC e professor de Comportamento Animal da Universidade de Brasília (UnB) enfatizou: “não existe sustentabilidade sem mudança de comportamento”.

Contando com o apoio das Nações Unidas para que suas ideias alcancem vários lugares do mundo, o Painel Internacional de Mudanças Comportamentais (IPBC, na siga em inglês) foi fundado com base no pensamento compartilhado por Bessa e os outros 32 cientistas de diversas áreas, defensores do princípio de que “todos os problemas ambientais envolvem o problema do comportamento”. O grupo trabalha com decisões que o próprio indivíduo possa tomar, e não esperando que o governo o faça de forma autoritária. “Além de mecanismos para levar às mudanças comportamentais, a gente quer entender também quais são as bases científicas da teimosia, por que as pessoas não mudam seus comportamentos”, acrescenta o professor.

Para o segundo relatório do IPBC, que teve sua data de lançamento alterada para o ano que vem por causa da Covid-19, foram elencados três pontos principais: mobilidade, alimentação e integração na natureza. “A gente parou tudo o que estava fazendo, quando começou a crise sanitária, para pensar que mudanças comportamentais eram necessárias para evitar o alastramento da Covid e como a gente podia levar a um maior uso de máscaras, maior distanciamento social, permanência em casa, essas coisas”.

A questão da Covid-19 acabou saindo ainda no primeiro relatório, já que suas principais formas de combate estavam e ainda estão todas em torno das mudanças de hábito, como uma maior higiene, uso de máscara, distanciamento social, isolamento, etc.

Bessa alerta que não será possível construir um mundo sustentável “se não houver uma mudança de comportamento no nível individual mesmo, que pode nascer do indivíduo para cima ou pode vir de forma um pouco mais autoritária, dos governos para os indivíduos.

“A gente precisa, sim, que cientistas e tomadores de decisão se reúnam para pensar em como mudar comportamentos por um mundo mais sustentável”, conclui o professor.

Você pode assistir à palestra completa clicando aqui.

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Autor: Daniela Mascarenhos – Estagiária de jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Rawpixel/Freepik


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