Empatia, a palavra-chave em um mundo pós-pandemia

Autor: Barbara Carvalho - Jornalista

Professional psychologist comforting one of patients during session

De acordo com relatório do Fórum Mundial da Economia, as habilidades que as empresas irão priorizar em seus funcionários no futuro vão muito além das capacidades técnicas. Algumas destas competências são inteligência emocional, criatividade, colaboração e pensamento crítico. Espera-se preencher lacunas de funções que as máquinas não são capazes de realizar e para isso, estende-se um olhar cada vez mais crítico para o lado humano.

Quando se pensa na temática profissional do pós-pandemia, onde o mercado de trabalho terá de acolher profissionais mais estressados não só pelo trabalho em si, mas também pela sobrecarga psicológica desenvolvida durante a quarentena, a empatia torna-se a mais nova ferramenta de trabalho, e uma das formas de realizá-la da melhor maneira possível é por meio da comunicação não-violenta (CNV).

A comunicação não-violenta é um termo criado psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. A ideia surgiu no início dos anos 1960 e, de acordo com ele, a CNV é uma forma de abordagem da comunicação que compreende as habilidades de ouvir e falar, possibilitando uma maior entrega entre as partes em um diálogo onde a compaixão possa se desenvolver. Rosenberg propõe que com este tipo de comunicação as respostas a estímulos deixem de ser automáticas e passem a ser baseadas na percepção do momento. Dessa forma, a interação ocorre com mais respeito e afeto.

“Nós estamos percebendo que neste momento a questão da empatia, do entender o outro está se tornando cada vez mais uma questão relevante, já não podemos mais pensar num mundo onde um eu governe tudo e o outro tenha um lugar subalterno ou secundário”, relata Valéria Navarro, jornalista e especialista em comunicação não-violenta.

Para Valéria, empatia é a palavra chave para uma comunicação mais assertiva. Ela explica que se ligar e se colocar no lugar do outro será algo relevante no futuro, principalmente no mercado de trabalho, onde as relações se estabelecem muitas das vezes do ponto de vista somente da produção e se deixa o fator humano de lado.

Outro fator importante quanto a questão da forma como nos comunicamos está na semântica. Se apegar ao uso de determinadas palavras cria vícios de linguagem que constroem ruídos durante a comunicação, se tornando persistentes e impossibilitando o interlocutor de um diálogo assertivo. É neste momento que surge a necessidade do uso da comunicação não-violenta, a fim de estabelecer uma relação mais empática entre as partes.

Valéria também faz uma ressalva quanto as reações que expressamos pelo medo do outro, e que façamos o esforço para que em todas as áreas nós exerçamos a compaixão de forma ampla. “Que nós sejamos capazes de trabalhar os nossos sentimentos e as nossas necessidades para que a gente possa realmente gerar uma comunicação e trabalhe para um mundo menos violento. É tão complexo, mas ao mesmo tempo é tão simples oferecer um pouco de atenção ao outro, de empatia e de compaixão”.

O tema foi abordado na palestra “Comunicação não-violenta, administrando períodos de crise”, que aconteceu na II Maratona Pós-Graduação Uninter, no dia 29.maio.2021. O debate contou com a mediação da tutora dos cursos de pós-graduação na área de Serviço Social, Relly Amaral e também da coordenadora dos cursos, Talita Cabral. Para acompanhar a fala completa basta clicar aqui.

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Autor: Barbara Carvalho - Jornalista
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pressfoto/Freepik


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