Congresso da área de exatas esmiúça os métodos e processos da pesquisa acadêmica

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

O 1º Congresso da Área de Exatas, promovido pela Escola Superior de Educação (ESE), é um evento de formação de pesquisadores com o intuito de divulgar os trabalhos de pesquisa desenvolvidos por alunos da Uninter. Com apresentações nos dias 9 e 10 de novembro, o evento teve ainda palestras de professores ligados à área de exatas da instituição, com o objetivo de incentivar os alunos no seu processo de pesquisa, elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos.

Pensamento computacional

Em sua abertura, o congresso contou com a presença da especialista em ensino de matemática e coordenadora da Área de Exatas da Uninter, Flavia Sucheck, que falou sobre pensamento computacional. Pela definição de Jeannette Wing, trata-se da resolução de problemas com o auxílio da tecnologia. Flavia analisa o pensamento computacional através de quatro pilares que são fundamentais para uma boa pesquisa:

  • abstração, capacidade de excluir informações irrelevantes e focar no que importa;
  • algoritmo, aprender o passo a passo de determinado processo;
  • reconhecimento, identificar padrões durante o processo;
  • decomposição, separar em partes.

Flavia defende que esse tipo de prática é útil para todos os processos de pensamento e deve ser explorada desde a educação infantil.

Definição de um tema

Um dos grandes desafios de todo estudante é escolher um tema para seu trabalho acadêmico. A definição do problema da pesquisa vai nortear o processo para que o resultado seja realmente relevante. Para Flavia, quanto menos temos para pesquisar, mais pesquisamos. Ao dizer isso, ela aponta a importância em delimitar o foco do trabalho e não sair pesquisando tudo sobre um tema muito amplo. Recortar um determinado assunto dentro de um tema geral é o primeiro passo para realizar uma pesquisa eficiente.

“O tema tem que ser relevante para você, para sua área, para a sociedade. Eu não posso pesquisar algo que seja óbvio, que todo mundo já saiba, que já tenha as respostas prontas”, afirma. Ela também indica que os alunos conheçam as linhas de pesquisa de seu curso e que visitem sites de eventos acadêmicos, como o EBRAPEM, o Simpósio Nacional de Ensino de Física e o Encontro Nacional de Ensino de Química.

Processo de pesquisa

Durante a caminhada, eventualmente o aluno pode se perguntar: por que precisamos fazer pesquisa? Para que serve o TCC (trabalho de conclusão de curso)? Beatriz Zappo, mestre em educação e ciências e matemática pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), afirma que a pesquisa é um processo de questionamentos e reflexões, elementos essenciais para qualquer profissão, pois aumenta a capacidade de análise e resolução do indivíduo. “Pensem na construção do TCC como uma possibilidade de vocês gerarem ideias novas”, afirma.

Ela também explica que o TCC é uma pesquisa que pode ser aplicada na empresa, na escola, na universidade, e não é um mero cumprimento de crédito acadêmico. Para desenvolver um bom trabalho, é preciso ter curiosidade, sistematicidade, disciplina e aprofundamento no assunto.

Autorregulação

A autorregulação pode ser definida como o método pelo qual o indivíduo monitora, avalia, controla e reflete sobre o próprio processo de aquisição do conhecimento, o que permite maior autonomia na pesquisa.

“Nós temos, enquanto alunos, que ser muito autorregulados para desenvolvermos bem a nossa aprendizagem”, aponta Ana Paula Elias, mestre em ensino de ciências e matemática pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Ela cita os diferentes tipos de regulação durante a elaboração de um trabalho acadêmico.

O mais comum é, sem dúvidas, a regulação de desempenho, diretamente ligada a alcançar uma boa nota e construir algo que possa ter continuidade na pós-graduação, mestrado e doutorado. Há também a regulação de valor, que está em identificar o valor da pesquisa e o valor desse trabalho para a comunidade.

Além desses, ela ressalta a regulação de autoconsequenciação, que busca as consequências da pesquisa em âmbito acadêmico e para a finalização do curso; a regulação de estrutura do ambiente, que busca desenvolver um ambiente livre de distrações para desenvolver a pesquisa com uma carga horária equilibrada; e a regulação de meta de aprendizado, que visa ao conhecimento desenvolvido após a construção do TCC.

Ana afirma que é necessário ter controle sobre o que está sendo feito efetivamente, estar familiarizado com a tarefa e com a complexidade que ela envolve. Ela ainda dá a dica de observar onde se tem sucesso no processo de pesquisa e quais são as suas limitações, para que possam ser melhoradas.

Como preparar a apresentação de TCC

Doutora em engenharia e ciências de materiais, Luciane de Godoi foi a responsável por palestrar sobre o processo de preparação que antecede uma apresentação de trabalho acadêmico. Antes de mais nada, Luciane buscou desfazer um mal-entendido e elucidar a importância de um trabalho de conclusão acadêmica.

Ela contesta o famoso mito de que “a banca vai tirar a pele do aluno”. Essa crença provoca medo em muitos universitários. Luciane explica que a função da banca é ter um olhar crítico sobre o trabalho, e de maneira nenhuma busca prejudicar o aluno.

A professora destaca a importância do TCC, pois sem essa apresentação o aluno não se forma. Para ela, o aluno precisa compreender que a pessoa que mais entende do trabalho é o próprio aluno. Por isso, deve apresentá-lo para seus colegas antes da apresentação oficial. “Ensaie o que vai falar, apresente para amigos, família, grave seu ensaio”, reforça.

Também é importante saber controlar o tempo da apresentação. Para isso, é preciso ser direto e utilizar os slides para orientação. Por fim, a professora destaca que se deve usar vestimentas recomendadas para a ocasião e se alimentar de maneira saudável, evitando o uso de estimulantes como café e energético.

Por fim, o evento contou com a presença de Guilherme Pianezzer, doutor em métodos numéricos em engenharia pela UFPR e professor da Uninter. Ele contou um pouco sobre sua trajetória acadêmica e sobre os estudos realizados na área de métodos numéricos, utilizando a matemática e a física (assista aqui).

Você pode assistir ao primeiro dia do congresso clicando aqui e ao segundo, aqui.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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