Como podemos nos preparar para as futuras pandemias?

Autor: Milena Souza - Estagiária de Jornalismo

Ao longo da história da humanidade, diversas pandemias assolaram o mundo, deixando milhões de vítimas. Os avanços da medicina e do saneamento básico diminuíram muito o impacto das doenças epidêmicas, mas isso não quer dizer que estamos protegidos. A Covid-19 já matou quase meio milhão de pessoas só no Brasil, e mais de 3,5 milhões em todo o mundo. Por isso é essencial saber como combater as futuras pandemias que ainda podem nos atingir.

Durante a II Maratona de Pós-graduação da Uninter, que teve como tema “A necessidade do profissional especialista no mundo pós-pandemia”, os professores Willian Sales, Ana Paula de Oliveira, Daniel de Christo e Priscila de Souza apresentaram a live Combate a Futuras Pandemias. A transmissão foi realizada nos canais do Youtube e Facebook da Uninter, no último dia 29.mai.2021.

A professora Ana Paula começa explicando quais são as doenças que costumam fazer parte do cenário pandêmico. “São as doenças emergentes, aquela doença que se trata de um novo problema de saúde, e  as reemergentes, que é um tipo de agravo de saúde que pensávamos que estava controlado, quando surge uma mudança no cenário epidemiológico, como os casos de febre amarela e dengue”.

Ana Paula mencionou uma nova gripe aviária descoberta no final de 2020 na Europa, que já está levando a novos surtos em granjas, sendo muito contagiosa em aves. “Temos a necessidade de um abate sanitário, isso nos chama a atenção por conta do que já passamos com a gripe suína. As doenças transmitidas pelos animais podem causar pandemias em seres humanos”. A professora ainda ressalta que dentre todas as pandemias pelas quais já passamos, a maior parte é de origem viral. Além disso, essas doenças têm relação com costumes e atividades humanas, em sua relação com o meio ambiente, como o desmatamento.

Para o professor Willian Sales, grande parte das doenças infecciosas têm relação com as atividades humanas e suas interações com o meio ambiente. Ele cita o termo “saúde única” como um conceito usado para entender as pandemias. O termo tem como objetivo estudar a interligação entre a saúde humana, a saúde animal e a ambiental. “A propagação dessas doenças ocorre através do fator que se chama ‘transbordeamento zoológico’,  pois nunca  no desenvolvimento da população nós estivemos tão perto assim do ambiente dos animais”, diz.

Sales comenta que a partir do momento que o ser humano ocupa mais espaços, ocorre o desmatamento, e assim vai se reduzindo o lugar de vida de animais silvestres, fazendo com que eles fiquem mais próximos de nós. Com isso, fica mais fácil para que os vírus passem  de uma espécie para outra.

A live também tratou da questão das fronteiras. Priscila de Souza alerta que “a ida e a vinda de pessoas pelas fronteiras é muito rápida, por isso é importante estabelecer barreiras sanitárias. Uma das grandes dificuldades das pandemias é esse cuidado sanitário”.  Para ela, trazer esse tema reafirma a importância da ciência, do estudo e da necessidade do investimento para fomentar a pesquisa.

O professor Daniel de Christo diz que uma das grandes preocupações no combate à pandemia atualmente são as mutações do vírus. “Quando o vírus entra em contato com o organismo ele se replica e produz várias cópias da cepa viral que dão origem à infecção. Nessa replicação, novas alterações ocorrem no material genético do vírus, produzindo assim a mutação.” Portanto é essencial diminuir a circulação do vírus, pois só isso evita o surgimento de novas e perigosas mutações.

Daniel ainda esclarece por que algumas pessoas desenvolvem um quadro mais grave do vírus. “Esses casos acontecem com alguns pacientes de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Em alguns pacientes, o gene Sars-2 é super expresso, ou seja, eles produzem quantidade maior desse receptor,  é como se essas pessoas tivessem quantidade maior de fechaduras e o vírus encontra maior facilidade para infectar as células”.

Para se proteger no futuro, a vigilância genômica pode ajudar a identificar novas pandemias e contribuir para o desenvolvimento de vacinas mais eficientes.  Os professores concluem dizendo que para combatermos as pandemias é preciso cuidar das nossas atitudes diárias na contenção do vírus, cuidar do nosso planeta e acreditar na ciência, que já tem estudos avançados em vacinas e tecnologias preventivas.

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Autor: Milena Souza - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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