Brasil registrou 613 mil acidentes de trabalho em 2022

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

De acordo com o Ministério da Saúde, um acidente de trabalho é todo aquele incidente que ocorre durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho podendo acarretar lesão corporal ou perturbação funcional no trabalhador. Em todo o mundo, por volta de 2,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras morrem em decorrência de acidentes de trabalho anualmente. No Brasil, o cenário não é diferente. Em 2022, foram aproximadamente 2,5 mil mortes em decorrência de acidentes de trabalho, além do registro de cerca de 613 mil notificações, 40 mil a mais que o ano anterior.

As informações foram divulgadas pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O levantamento aponta também quais estados registraram os maiores números de casos no ano passado. São Paulo liderou a estimativa, registrando aproximadamente 35% do total de acidentes em todo o país (204.157). Em seguida, aparecem os estados de Minas Gerais (63.815) e do Rio Grande do Sul (50.491).

Entre os setores, as atividades de atendimento hospitalar foram as que mais geraram notificações (55.697), seguidas por comércio (18.508), administração pública (13.653), transporte de carga (13.586) e abate de animais (10.785). Os números preocupam autoridades da segurança do trabalho que alertam para as consequências de prováveis acidentes nos ambientes de trabalho, como a perda ou redução da capacidade para a realização da função e, em casos mais graves, levando o trabalhador a óbito.

A tutora do curso tecnólogo de Auditoria em Saúde da Uninter Elaine Gracia ressalta a importância do equilíbrio e da organização quanto as funções exercidas em ambiente de trabalho. “Quando você estipula uma jornada de trabalho, isso vem a agregar para a qualidade de vida do cidadão e na qualidade do próprio trabalho”, diz.

Na percepção dela, um dos fatores diretamente ligados ao grande número de acidentes de trabalho nos últimos anos é a precarização do trabalho, que gera a chamada desproteção social. Além disso, a falta de fiscalização trabalhista e a falta ou o uso inadequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) são fatores que colaboram para o alto número de casos registrados no Brasil.

Para a doutora em Ciência Sociais pela Unicamp, Maria da Graça Druck, os padrões de gestão e organização do trabalho, na busca de maior produtividade a qualquer custo, têm levado a condições extremamente precárias, através da intensificação do trabalho, sustentada na gestão pelo medo e desrespeito; na discriminação criada pela terceirização; nas formas de abuso de poder, a exemplo do assédio moral; e na criação de um ambiente de trabalho inseguro e nocivo à saúde pela desconsideração à necessidade de treinamento, esclarecimento sobre riscos e medidas coletivas de prevenção contra acidentes de trabalho.

Em virtude do Dia Nacional de Prevenção a Acidentes do Trabalho comemorado em 27 de julho, o tema foi abordado pelo programa Saúde em Foco, exibido pela Rádio Uninter semanalmente. Apresentado pela jornalista Barbara Carvalho, o programa recebeu a tutora do curso de Auditoria em Saúde  da Uninter, Elaine Gracia. Clique aqui e confira o programa Saúde em Foco pelo canal de Youtube da Rádio Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Wikimedia Commons


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