Profissional de Serviço Social impacta positivamente no tratamento de HIV

Autor: Gabriel Smaniotto - Estagiário de Jornalismo CNU

Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2011 e 2021, mais de 52 mil pessoas entre 15 a 24 anos que vivem com o vírus do HIV, evoluíram para AIDS. Ou seja, no organismo dessas pessoas o vírus conseguiu se desenvolver e incapacitar o sistema imunológico, permitindo que outras doenças se desenvolvam.

Segundo o boletim epidemiológico de HIV/AIDS, em 2021, 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos de AIDS foram notificados no Brasil pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinam).

No Brasil, primeiro caso de HIV foi registrado em 1982. Considerando o tempo de incubação do vírus, pode-se deduzir que a introdução da doença ocorreu na década de 70. Sua difusão, em momento inicial, ocorreu nas principais áreas metropolitanas do Centro Sul, seguido de um processo de disseminação para as diversas regiões do país.

Na década de 80, a doença se tornou uma epidemia em nosso país. Desde os primeiros casos, já foram diagnosticados mais de 1 milhão de casos em todo o território nacional, segundo dados da UNAIDS. Apesar de ser um dos países com mais casos registrados no início dos anos 80 e 90, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil sempre foi referência no tratamento da doença.

Embora a doença não tenha cura, existe tratamento. Após a criação do SUS no governo Collor, no início dos anos 90, o tratamento teve uma evolução considerável, visto que o remédio para controlar a doença começou a ser distribuído gratuitamente em 1993 nos Centros de Distribuição de Medicamentos do SUS.

O remédio Zidovudina, criado em 1987 pela empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, é usado para tratamento até hoje. Apesar de não ser a cura, ele se mostra eficaz no controle da doença. Mas além da medicação, o auxílio emocional é outro ponto que se torna significativo.

Nesse momento, a presença do assistente social se faz importante para o acompanhamento do paciente. O profissional  da área que atua em uma equipe de saúde tem competências diferentes para tomar decisões que os diferencia dos outros profissionais da saúde.

É o que mostra o artigo científico “Atuação do assistente social em equipe multiprofissional na abordagem grupal de pessoas vivendo com HIV”, escrito por Gabriela de Almeida Silva e Andréa Pacheco de Mesquita, da Universidade Federal de Alagoas, e divulgado na Revista Humanidades em Perspectiva, uma das oito revistas acadêmicas da Uninter.

Este estudo considera pontos importantes em relação às pessoas que trabalham na assistência a pessoas com HIV. O artigo traz abordagens como a necessidade de considerar fatores que possam assegurar adesão ao tratamento, tais como o serviço ambulatorial especializado e as ações de articulação na assistência aos pacientes. A atuação no campo da saúde acontece em quatro eixos: atendimento direto ao usuário; investigação e assessoria; planejamento e gestão; qualificação e formação profissional.

O Ministério da Saúde mostrou que diversas ações podem ser implementadas nos serviços de saúde para promover o tratamento do HIV. Um exemplo é o atendimento ao público na Unidade de Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias (UDIP) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), que tem o objetivo de democratizar as informações e facilitar o acesso dos usuários aos serviços e garantir os seus direitos. Além disso, o grupo de Adesão Conviver da UDIP/HUPAA tem diversas estratégias desenvolvidas, como rodas de conversas, palestras, dinâmicas que discutem os temas escolhidos.

 

Discriminação sofrida pelos portadores de HIV

Uma observação importante tem relação com a diferença de aceitação entre homens e mulheres após a descoberta da doença. As experiências compartilhadas em rodas de conversa ou em atendimentos realizados por assistentes sociais demonstram que, na maioria dos casos, quando uma mulher é diagnosticada com HIV, os parceiros homens acabam abandonando-as. Enquanto a maioria dos homens, quando descobrem a doença,  recebem apoio de suas companheiras.

Outro ponto importante é a questão social das pessoas portadoras de HIV. Os relatos mostram fragilização das redes de apoio por conta do preconceito e discriminação sofrida no ambiente de trabalho ou nas instituições de saúde. O código de ética profissional do assistente social destaca os princípios da ampliação, empatia e consolidação da cidadania, a fim de garantir os direitos civis, políticos e sociais, com objetivo de diminuir o preconceito.

Em nosso país, os portadores de HIV/AIDS ainda sofrem com preconceito em relação a sua doença, mas, as pessoas têm direito de manter em sigilo sua condição sorológica. A Lei nº 12.984, de junho de 2014, estabelece como crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV, enquanto a Lei nº 14.289, de 3 de janeiro de 2022, torna obrigatória a preservação do sigilo sobre a condição de pessoa que vive com HIV.

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Autor: Gabriel Smaniotto - Estagiário de Jornalismo CNU
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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