Amigurumis levam felicidade às crianças

Autor: Julia Siqueira - Estagiária de Jornalismo

Mesmo em um cenário tão caótico como nesses tempos de pandemia de Covid-19, há pessoas que conseguem aproveitar seu tempo para fazer o bem. Cintia Cardoso, graduanda do curso de bacharelado em Educação Física no polo da Uninter em Serra (ES), é uma delas.

Desde que a quarentena começou em sua cidade, como medida de proteção contra o coronavírus, a estudante tem dedicado o seu tempo à produção de “amigurumis”, os famosos bichinhos de crochê, para doação a crianças internadas em tratamento de câncer no centro de oncologia do Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória (ES).

A ideia surgiu no ano passado, quando ela descobriu o diagnóstico de câncer em sua avó paterna, dona Almerita. Este não foi o primeiro contato de Cintia com a doença. Sete anos atrás, seu avô por parte de mãe, Francisco, faleceu por causa de um câncer de boca. Almerita faz todo o acompanhamento e tratamento no Hospital Santa Rita de Cássia, assim como Francisco tinha feito. Durante as visitas, Cíntia começou a pensar no projeto.

“Poxa, a gente vai nos hospitais e vê essas crianças, às vezes com tão pouca idade, passando por esse sofrimento todo… Isso mexeu muito comigo. E na maioria das vezes, você precisa de tão pouco para colocar um sorriso no rostinho dessas crianças, né? Até mesmo dos adultos que estão lá. Pela distância, essas crianças não têm muitos familiares por perto, então começou a surgir essa ideia”, explica a estudante.

Devido a sua rotina de trabalho, Cintia dificilmente conseguia reservar um tempo para a produção dos amigurumis. Ela conta que foi por causa da quarentena em Vila Velha (ES), cidade onde vive, que a iniciativa ganhou vida.

“Com essa pandemia, a minha patroa teve que me mandar embora, ela fechou a loja de rua dela. Beleza, fiquei desempregada! Então eu comecei a procurar como aprender a fazer o amigurumi. Procurei na internet uns modelinhos e aí quando eu fui na lojinha onde eu compro os meus materiais de crochê, tinha um kit amigurumi, que vem com uma receita da boneca bailarina. Comprei para ver se eu conseguia fazer e aí comecei”, relembra.

Para quem não conhece, os amigurumis são como bichinhos de pelúcia, mas feitos de crochê ou tricô. É uma técnica japonesa que surgiu por volta dos anos 1980 e que se popularizou internacionalmente depois dos anos 2000. Apesar do nome (a junção das palavras ami, que pode ser traduzida como malha ou bordado, e nuigurumi, que é bicho de pelúcia), os amigurumis não precisam ser apenas figuras animais. Existem inúmeras receitas que ensinam como fazer personagens humanos, comidas e até mesmo objetos. Para fazer um amigurumi, é necessário ter uma base de crochê ou tricô.

Cintia comenta que ficou muito feliz quando percebeu que conseguia confeccionar a boneca bailarina. A partir disso, começou a procurar outros moldes, inclusive de personagens que pudessem ser mais interessantes para os meninos do centro de oncologia. A ideia do projeto, hoje, é confeccionar bonecos dos principais heróis das HQs da Marvel e DC Comics, além das bailarinas.

“Dá para fazer as bonecas com o cabelinho costurado né? Direto na cabeça. E eu optei por deixar sem costurar porque aí as meninas conseguem tirar aquele cabelinho. Acho que assim elas conseguem se ver”, explica.

Atualmente a graduanda aceita encomendas como forma de gerar renda e também confecciona amigurumis para doação, quando consegue. Isso porque o número de encomendas tem sido grande e o processo de produção de uma boneca leva de dois a três dias, consumindo bastante material. Ou seja, por um lado Cintia tem a falta de recursos e tempo para a produção de brinquedos para a doação e, por outro, ela tem a necessidade do dinheiro que vem das encomendas para comprar mais material.

“Já fiz alguns bonequinhos por encomenda, e aí tive que entregar. E assim, leva um tempinho para cada um ficar pronto (risos). Então agora eu vou começar a correr atrás de doação de materiais, porque acaba não sendo um material barato, e vou intercalar com encomendas e fazer para doar. E assim que eu tiver uma quantidade legal, vou no hospital entregar”, conclui.

Para conhecer o trabalho de Cintia, siga seu perfil no instagram @cintiacarla18.

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Autor: Julia Siqueira - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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