RELAÇÕES ÉTNICO-CULTURAIS

Administradores aprendem como a cultura indígena pode ajudar nos problemas cotidianos

O que um calendário indígena e um curso de administração podem ter em comum? Talvez você até pense que não há muito a relacionar. Mas, acredite, você pode se surpreender. Em abril de 2017 a Uninter inaugurou no pátio do campus Divina, em Curitiba, o Observatório Solar Indígena, construído pelo professor do Mestrado em Educação e Novas Tecnologias Germano Afonso e o filho dele, o egresso da instituição Yuri Berri Afonso.

Esse trabalho vem sendo reproduzido pelos dois há vários anos e em diversos museus, sítios arqueológicos, universidades e parques de ciência pelo Brasil. A obra funciona como um calendário indígena, que é utilizado de acordo com o posicionamento do sol para determinar a época de plantar, de colher, pescar e também para a direção no espaço.

Professor Germano salienta que, através desse modelo, é possível orientar crianças do ensino fundamental sobre noções básicas de localização espacial e temporal, e funciona como uma nova e divertida maneira de ensinar conceitos básicos de ciência para os alunos. “Está relacionado à cosmovisão dos indígenas, mostra como eles fazem, sempre ligando a Terra com o céu”, diz.

Desde sua implantação, o Observatório atende escolas estaduais e municipais de Curitiba e região, pessoas de bairros distantes e curiosos de vários países, bem como os próprios alunos da instituição. Para dar início ao ano letivo, os alunos de Administração da Uninter foram recepcionados pela coordenadora do curso, professora-doutora Vanessa Kotovicz, que promoveu um Piquenique Cultural com a apresentação do calendário aos estudantes, pelo professor Germano e seu filho.

É uma oportunidade para entender e aceitar as diferenças culturais. Além disso, o MEC exige que tenha na grade Relações Étnico-Culturais. “Sair da teoria e vir para a prática com alguém que tem tamanha experiência de campo é muito bom”, afirma Vanessa.

O Observatório foi projetado também para uma versão em realidade virtual, com o auxílio de óculos 3D e uma tecnologia utilizada em games e, para o educador, possibilita ao público entender e observar da melhor forma.“Eles conseguem ver o deslocamento do Sol, de um dia inteiro, em um minuto. Para que o aluno possa entender, ele precisa ver esse movimento, então a parte virtual é essencial nesse processo. É ensinar algo que não existe em livros”, reforça Germano.

Yuri Bressi acrescenta que, para o curso de Administração, esses conhecimentos são essenciais e podem ser um diferencial se aplicados de forma a solucionar  os problemas do dia a dia. “Esses povos têm uma organização, ciência e cultura que vale a pena entendermos. Compreender um outro ponto de vista, nos leva a compreender o todo um pouco melhor e, à partir disso, desenvolver outras soluções que se apliquem no nosso contexto, esse diálogo cultural é muito importante,” diz.

Ficou interessado em conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena? O Observatório é aberto ao público para visitas guiadas por professores da Uninter, que podem ser agendadas através do telefone(41) 2102-4939 ou diretamente na coordenação do Mestrado Profissional em Educação e Novas Tecnologias, no campus Divina.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *