4 mil km em busca de um sonho

Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo

De Manaus (AM) a Curitiba (PR) são mais de 4 mil quilômetros. Esse era o tamanho do sonho de Valcirene de Oliveira Santos, que desde adolescente assistia reportagens sobre a capital paranaense com um brilho nos olhos. O desejo de embarcar em um avião com destino ao sul era tamanho que Val costumava passar o tempo livre no aeroporto, imaginando quando teria a oportunidade de decolar.

Esse dia chegou com a ajuda de uma amiga que estava com viagem marcada para a cidade, mas devido a um imprevisto acabou vendendo a passagem para Val em “suaves prestações”.

Foi amor à primeira vista. A manauara ficou encantada pela cidade e, antes de voltar para casa, tomou uma decisão: iria morar ali. A decisão se transformou em sonho, prece e orações. “Deus, deixa eu morar aqui, deixa, por favor, deixa”, ela repetia.

Em menos de um ano ela resolveu tudo. Saiu do emprego, deixou os compromissos na igreja e comunicou à família que estava de mudança. “Deus realizou o desejo do meu coração, era um sonho que eu estava realizando, eu não tinha que ter medo”, conta ela, orgulhosa ao completar 10 anos no novo lar.

Valdirene chegou em Curitiba trazendo seus pertences em apenas uma mala, mas repleta de disposição. Disposta a superar as diferenças culturais e a saudade da família, disposta a mudar de vida. “Quando cheguei eu não tinha emprego, e também não queria mais trabalhar em chão de fábrica. Cheguei sabendo que queria trabalhar como secretária em uma faculdade”.

Meta traçada é meta cumprida. Hoje ela é secretária da Escola Politécnica da Uninter, uma trajetória que se iniciou no polo Carlos Gomes e está prestes a completar 7 anos. Recentemente a história de Val com a Uninter ganhou mais um capítulo, ela também se tornou aluna da instituição, no curso de Secretariado.

As lições que Curitiba trouxe

O sotaque, o modo de se vestir e os inúmeros traços culturais que Val trouxe do Amazonas chamavam atenção do povo curitibano. O início repleto de adaptações não foi fácil. “Claro que eu tive dificuldades, mas percebi que quando decidimos ir para outros lugares temos que entender que as culturas são diferentes, temos que respeitar”, afirma.

Hoje ela não é mais a mesma Valcirene de 10 anos atrás. Continua gentil e sorridente, mas aprendeu que é preciso observar, “as vezes só olhamos para o topo do iceberg, mas eu  tento sempre ver que as outras pessoas também têm bagagem e muito para compartilhar”.

E quanto à fama do curitibano de ser frio, ela já sabe: “As pessoas podem não sorrir logo de cara para você, mas quando elas sorriem é porque serão seus amigos pro resto da vida”. As amigas que fez na cidade se tornaram sua nova família, e com a companhia da irmã e do sobrinho, que vieram de Manaus há 4 anos, ela se sente verdadeiramente em casa.

“Curitiba hoje é a minha casa. Já não tenho mais só uma mala. Hoje tenho mais de três. Tenho minha casa, meus móveis e minhas coisas. Sou muito feliz aqui graças ao meu trabalho e meus amigos”, declara.

Confira mais sobre a história da Val na nossa matéria em vídeo.

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Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal


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