Vulcões, terremotos e tsunamis: os riscos (e a tranquilidade) do Brasil

Autor: Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha*

O planeta está em movimento — e nem sempre de forma tranquila. Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado uma série de eventos naturais impressionantes, especialmente aqueles relacionados à atividade de vulcões e terremotos. Esses fenômenos, que podem ser comuns em algumas partes do planeta, despertam curiosidade e preocupação.

Um dos vulcões mais ativos do mundo, o Kilauea, no Havaí, tem apresentado erupções frequentes. Somente em 2025, foram registradas atividades eruptivas em junho, agosto e outubro, demonstrando que o vulcão está em constante transformação.

A situação na Islândia também é muito grave. A região sofre com atividade vulcânica desde 2021 e, em abril de 2025, uma nova erupção causou terremotos e forçou a evacuação de residências, além de um luxuoso spa. A Islândia está localizada na fronteira de uma placa tectônica, o que justifica a frequência desses eventos. Surpreendentemente, um vulcão na Rússia, que não entrava em erupção há 450 anos, entrou em erupção em agosto de 2025, poucos dias após um terremoto.

Esses incidentes mostram que os movimentos da Terra podem ser imprevisíveis — e, muitas vezes, interligados. Em fevereiro de 2025, pesquisadores relataram que a placa tectônica do Pacífico está se “rasgando” no fundo do mar, um processo que deveria acontecer muito mais lentamente. Essa descoberta preocupa os cientistas, pois pode indicar mudanças inesperadas na dinâmica das placas.

Em março de 2025, Mianmar foi atingido por um forte terremoto. A região está localizada entre as placas Euroasiática e Indiana, o que a torna sismicamente ativa. Já em julho de 2025, um terremoto no Oceano Pacífico levou países como Japão, Chile e Equador a emitirem alertas de tsunami. A Turquia também sofreu com terremotos em fevereiro de 2023, causados por falhas na linha de placas da região, reforçando a importância de preparação para desastres naturais.

Diante de tantos eventos, é natural que surja a dúvida: e o Brasil, está seguro? A boa notícia é que sim. O Brasil está localizado no centro da Placa Sul-americana, uma área considerada geotectonicamente estável. Isso significa que estamos longe dos limites entre placas tectônicas, onde ocorrem a maioria dos vulcões e terremotos. Por isso, não temos vulcões ativos no país.

No entanto, existem registros de antigos vulcões extintos, como nas ilhas de Fernando de Noronha (PE), Ilha de Trindade (ES) e o Pico do Cabugi (RN), que ainda mantém sua forma original. Apesar da estabilidade, o Brasil não está totalmente livre de tremores. Pequenos terremotos ocorrem, especialmente na região oeste do país. Os mais fortes são reflexos da colisão entre a Placa de Nazca e a Placa Sul-Americana. Há também um risco remoto de tsunami.

Cientistas alertam que uma erupção muito intensa do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, poderia gerar ondas gigantes que atingiriam o litoral brasileiro, especialmente a costa do Nordeste. Embora essa possibilidade seja considerada baixa, ela é estudada com atenção.

A Terra está em constante transformação, vulcões e terremotos são parte desse processo natural. Mesmo que o Brasil esteja em uma posição geográfica privilegiada, é importante acompanhar os estudos e entender como esses fenômenos funcionam.

 

*Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha é licenciada e mestre em Geografia, além de professora da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional UNINTER.

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Autor: Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha*
Créditos do Fotógrafo: Rodrigo Leal/Banco Uninter e Jeffry Surianto/Pexels


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