Uma Sociedade 5.0 requer uma Educação 5.0, e os métodos precisam se adequar

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

A Educação 5.0 e a Base Nacional Comum Curricular foram os grandes temas da aula magna que marcou a abertura do evento “Vem Saber Uninter – Temas Contemporâneos, Integradores e Transversais”, no último dia 10 de fevereiro. Realizado no Campus Garcez da Uninter, em Curitiba (PR), o evento teve transmissão ao vivo para alunos da educação a distância por meio do Univirtus.

As discussões ficaram a cargo da diretora da Escola de Educação da Uninter, Dinamara Machado, do decano da instituição, Alvino Moser, e do professor Carlos Azeitona, especialista em responsabilidade social e sustentabilidade corporativa. Mediadora do encontro, a professora Giselle do Rocio Cordeiro incluiu na conversa as perguntas dos presentes no auditório e também de milhares de alunos da educação a distância que acompanhavam a transmissão.

A noite começou com Dinamara dando boas-vindas aos alunos e destacando o sentido de responsabilidade dos futuros profissionais de educação. “Deve-se aprender para melhorar a sociedade, não apenas para acumular conhecimento.” Na sequência, o professor Alvino Moser falou sobre Educação 5.0, estendendo sua explicação a toda sociedade.

O conceito de Sociedade 5.0 se originou no Japão por volta de 2016 e tem como objetivo aumentar a qualidade de vida das pessoas com o uso das tecnologias (robótica, internet das coisas, inteligência artificial, big data etc), integrando o conhecimento humano em áreas mais subjetivas (gestão de pessoas, negócios e comunicação, por exemplo). A educação entra nesse cenário convergindo as ciências sociais e tecnológicas em prol da justiça, liberdade e felicidade, que, segundo o professor, são pilares da Sociedade 5.0.

“A informação vai potencializar os atendimentos humanos e uma área que tem muito a ganhar com isso é a saúde, pois com a análise de dados feita por máquinas é possível que um profissional atenda mais pessoas em menos tempo, com um diagnóstico mais preciso. Os trabalhos perigosos, que demandam precisão e envolvem risco à vida, serão feitos por máquinas”, comenta Moser.

A segunda fala da mesa-redonda foi do professor Carlos Azeitona, que no ano passado percorreu mais de 40 cidades brasileiras palestrando sobre educação com foco na aplicação da BNCC. “O material didático é apoio, o contexto é sempre o ponto de partida para a aula”, diz. Carlos comentou sobre as discrepâncias entre regiões do país que têm uma estrutura mínima de ensino e lugares que não possuem nem o básico. Explicou que para chegar aos alunos é preciso modificar os métodos de ensino.

“Foi-se o tempo em que bastava o quadro-negro e o professor para ensinar um aluno. Hoje, há o entendimento de que existem vários tipos de alunos. O auditivo aprende mais ouvindo, o visual precisa de mais leitura, visualização do conteúdo, além dos tipos sinestésico e digital. É preciso que o profissional de educação entenda que é necessário desenvolver habilidades, competências no aluno e não simplesmente passar o conteúdo de forma bruta”, esclarece.

Aproveitando a temática da Sociedade 5.0, Carlos advertiu os presentes que é preciso utilizar os dados de forma analítica, além da nota do estudante. “A escola em que você atua enxerga apenas a nota do aluno ou já desenvolveu outras métricas para entender a recepção do conteúdo? Hoje a tecnologia permite uma cultura colaborativa e um entendimento mais amplo da realidade dos alunos”, pontua.

Dinamara encerrou a aula magna com um tom mais social para o debate. “Temos de pensar o presente e projetar o futuro. Pensar em que sociedade queremos viver. O profissional de educação tem participação ativa na construção da sociedade”, salienta.

Sobre a BNCC, a professora apontou que estamos apenas no segundo grande plano educacional brasileiro e que há um longo trabalho pela frente. “Falar de base é extremamente positivo. Tem de haver no país inteiro um mínimo de conteúdo, de conhecimento e de formação de professores. Nós não podemos, enquanto nação, ter menos do que isso. Estabelecer o mínimo. Um norte para todos nós.”

Dinamara demonstrou como a Uninter se projeta perante a sociedade. “A gente tem toda a organização dos nossos cursos de graduação a partir das diretrizes nacionais de formação de professores. Um evento como esse, e mais cinco que vão acontecer durante o ano, que são as Semanas de Discussão, são a nossa contribuição social. O que nós chamamos de aulas magnas com temas transversais, ou seja, o que está exposto nos documentos oficiais, nós vamos transformar em práticas para os professores. A nossa contribuição vai além da formação do aluno, ela também é social”, finaliza.

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Lucas Vasconcelos - Estagiário de Jornalismo


1 thought on “Uma Sociedade 5.0 requer uma Educação 5.0, e os métodos precisam se adequar

  1. Assim como a Indústria 4.0 está permeando nossas atividades não somente industriais, estou certo que esta iniciativa da Sociedade 5.0 trará mudanças. Parabéns à UNINTER por estar alinhada com o futuro.

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