Uma reflexão sobre o passado e o futuro da democracia

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

Estamos em ano de eleição federal no Brasil e o sistema democrático vem sendo alvo de debates no cenário político nacional. Instituído através da Constituição Federal de 1988, o atual regime de eleições vem sendo ameaçado por conta da polarização ideológica.

De acordo com relatório do Instituto Variações da Democracia (V-DEM), ligado à Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o Brasil é o quarto país que mais se afastou da democracia no ano de 2020. No ranking que conta com 202 países, a queda apresentada pelo Brasil só não foi maior do que na Polônia, Hungria e Turquia.

O quadro de ameaças à democracia, que está presente ao redor do mundo, motivou acadêmicos da Uninter a pesquisar o processo democrático no mundo. Carlos Alberto Simioni, professor dos cursos de Ciência Política e Relações Internacionais da Uninter, e Ana Claudia Leite, discente do curso de Ciência Política, produziram o artigo intitulado Democracia e futuro: uma análise temporal sobre o passado, o presente e o futuro, publicado no Caderno Intersaberes, repositório de publicações científicas da Uninter.

Origens

O termo ‘democracia’, cunhado pelos gregos há cerca de 2.500 anos e traduzido como “o poder do povo”, é um regime político que estabelece uma forma de governo baseada na participação popular. Outro elemento fundamental deste sistema é o que chamamos de a divisão dos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário.

Originalmente, na Grécia o processo consistia em reunir cidadãos em praça pública (ágora) para debater e tomar decisões sobre assuntos referentes à cidade (pólis). Na época, os únicos a serem considerados cidadãos e aptos para votar eram os homens adultos, livres e filhos de atenienses, o que excluía a participação de mulheres e estrangeiros do debate político local.

Durante o século 20, os contornos da democracia foram se alterando em meio a diversas investidas autoritárias. Apesar dos ataques, o sistema democrático saiu vitorioso e hoje está presente na maior parte das nações.

Atualmente, o advento da internet é responsável por alterar a dinâmica da política mundial e o modo como as populações entendem e participam do debate público, sendo esse o principal tema de análise do artigo de Simioni e Ana Claudia.

Ciberdemocracia

A “ciberdemocracia”, ou democracia virtual, compreende o uso da internet e demais redes sociais (ciberespaço) para a comunicação e a expressão de opiniões da população. Em tese, o ciberespaço fomentaria uma “inteligência coletiva”, através da qual os cidadãos poderiam debater e demandar assuntos que visassem o bem comum (participação cidadã).

Para Pierre Lévy, filósofo tunisiano citado no artigo, um dos aspectos mais significantes na democracia virtual é a liberdade de expressão de milhares de pessoas através das redes, o que não existia anteriormente, com o monopólio de comunicação de massa.

Pierre vê a possibilidade de regresso à forma direta de democracia no futuro, o que aconteceria por meio de um equipamento conectado à rede mundial de computadores, trazendo a participação popular para dentro do debate político.

Contudo, aspectos como a frequente propagação de informações manipuladas (fake news), como aconteceu durante a pandemia de Covid-19, e o crescimento de grupos violentos nas redes sociais são problemas que ameaçam a saúde das democracias em tempos virtuais, como apontam os autores.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Benny_B2R/Pixabay


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