MEDICINA LEGAL

Uma didática incursão na “casa” de dissecar cadáveres

O mau resultado de um fim de semana pode ser medido pela quantidade de corpos que dão entrada nos institutos de medicina legal. Em Curitiba (PR), por exemplo, o Instituto Médico-Legal (IML) recebe até 25 cadáveres a cada fim de semana. O número pode dobrar nos feriadões ou em datas comemorativas, quando aumentam as incidências de brigas e violência no trânsito, explica o curador do Museu de Ciências Forenses do IML de Curitiba, Joel Camargo.

Todas as mortes por causas externas ou violentas devem ser atestadas pelo IML, de forma a diagnosticar a causa do óbito. Em síntese, vão para lá os casos em que há suspeita de crime. No caso de morte de desconhecido, cabe à Polícia Científica proceder a identificação e encaminhar o cadáver ao IML. Para aprimorar o conhecimento em direito criminal, estudantes do curso de Direito da Uninter fizeram uma visita técnica ao IML de Curitiba, no último dia 29 de maio.

“O objetivo da visita é a formação ampla do próprio discente, não restringir somente à sala de aula”, explica Bruna Simioni, professora da disciplina de processo penal. Os estudantes tiveram a oportunidade de observar como funcionam trâmites legais, da instituição como a questão dos exames e perícias. A visita se deu nas novas instalações do IML, inaugurado no dia 15 de março deste ano no bairro Tarumã (antes o órgão funcionava no Centro da cidade).

O IML é um órgão público subordinado à Secretaria de Segurança Pública. Presta serviços de Polícia Científica na área de Medicina Legal. Realiza perícias médico-legais em cadáveres, partes de corpos, ossadas completas ou não, e em pessoas vivas, além de exames complementares (laboratoriais) nas áreas de anatomia patológica, toxicologia, química legal e sexologia forense, requisitadas por autoridades policiais e judiciárias, necessárias ao esclarecimento dos processos policiais, judiciários e administrativos.

Aluna de Direito da Uninter e estagiária no setor jurídico do IML, Adriana Rodrigues explica que a experiência permite ver como funciona o sistema, como buscar um laudo, como acontece o resultado de uma perícia, seja para a defesa ou a acusação. “A pessoa se identifica com a parte de medicina legal”, diz a estudante. Ela destaca que os alunos podem se interessar pela área, e muitos vão continuar estudando para estarem trabalhando com esses profissionais.

De acordo com Bruna, a visita amplia o conhecimento na área criminal, e ainda esclarece que é possível notar que o direito se relaciona com outras áreas, não só a jurídica. Os corpos que chegam ao IML são de morte violenta ou de acidente trânsito. Ali é onde se realiza a análise das circunstâncias e as causas da morte.

Com mais de 30 anos de experiência na área, Joel Camargo explicou como funcionam os setores do necrotério, a sala de estudos de tanatologia (ciência que estuda causas ou fenômenos relacionados à morte), local que estudantes podem acompanhar o trabalho de médicos legistas da instituição.

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Autor: Evandro Tosin - Estagiário de Jormalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Jaqueline Deina - Estagiária de Jornalismo

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