MÚSICA

Um rap do Direito para ecoar nos tribunais de Justiça

O rap é um dos poucos gêneros musicais que ainda tem conseguido alavancar sucessos com uma carga de crítica social, a exemplo dos músicos Criolo e Emicida. Além de rapper, Kaio Garcia também é estudante de Direito da Uninter e viu na advocacia a possibilidade de ser mais do que um crítico do sistema. Ele viu a possibilidade de ser uma ferramenta para mudar o sistema.

No início, escrevia poesia para si mesmo, como uma válvula de escape. Posteriormente, foi tomando coragem de mostrar para amigos e em eventos como os saraus, espaços abertos para poetas apresentarem seus trabalhos. Mesmo as letras não sendo escritas para músicas, elas se encaixavam perfeitamente ao ritmo. Foi com incentivo de amigos que ele começou a fazer rap.

Na vida do estudante o rap e o Direito andam de mãos dadas. O curso ajuda o MC a criar rotinas de leitura e, consequentemente, isso tem ajudado muito em suas composições. “Erros de português acabam sendo intencionais”, avisa Kaio.

A linguagem e as leis são os materiais de trabalho do Direito e o rap de Kaio também trabalha com essas duas ferramentas, permitindo que um contribua com o outro. Entender o sistema brasileiro auxilia o universitário na academia e em sua música.  “Entender como funciona cada órgão e como os três poderes interagem no Brasil me faz ter um pensamento crítico muito mais aprofundado. Isso acaba refletindo na minha escrita”.

Kaio carrega consigo as bandeiras levantadas pelo movimento negro, mas não se considera uma pessoa de ideologia definida. O MC diz que suas letras podem ser interpretadas como de esquerda. Mas o estudante não se auto-rotula.

Sobreviver de rap

Apesar das dificuldades que enfrenta como rapper no Brasil, e principalmente em Curitiba, o Mc não desanima. A esperança de viver do hip hop é firme e forte em sua vida. “Se eu falar que não tenho expectativa, vou estar mentindo. Quando escrevo ou quando estou num estúdio gravando e tendo reconhecimento daquele trabalho não tem como não ter essa expectativa”, comenta Kaio.

A família apoia o estudante em ambas as atividades. Independentemente de o futuro ser nos palcos ou nos tribunais, para o músico o essencial é ser ferramenta de transformação social. “Acredito que a advocacia, assim como qualquer outra profissão, pode promover mudança social. Isso vai do indivíduo”, ressalta.

Clique aqui e confira a música de Kaio Garcia, conheça-o melhor aqui.

 

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Autor: Arthur Neves – Estagiário de jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal

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