Tripla comemoração reúne geógrafos, educadores e ambientalistas

 

Letícia Costa – Estagiária de Jornalismo

Três motivos para comemorar em um só evento: primeiro, o Dia do Geógrafo, celebrado em 29 de maio; segundo, o Dia Mundial do Meio Ambiente, festejado em 5 de junho, mas estendido por uma semana, entre os dias 4 e 11; terceiro, a nota máxima concedida pelo Ministério da Educação ao curso de licenciatura em Geografia da Uninter.

A tripla comemoração se deu no 1º ECOGEO, realizado no último dia 5 em uma parceria entre a Escola de Educação, a Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades e o curso de Geografia da Uninter. Realizado no campus Tiradentes, em Curitiba, o evento contou com a participação de dois geógrafos da prefeitura de Pinhais. Daniele Nauck Baduy e Rodrigo Lacerda Marques falaram sobre a atuação profissional do licenciado em Geografia e as perspectivas da profissão.

Daniele abordou a atuação do geógrafo enquanto planejador no trabalho de leitura do território. Ela atua desde 2013 na área de planejamento da prefeitura de Pinhais e lembrou a frase do geógrafo francês Yves Lacoste “A geografia segue antes de mais nada para fazer guerra”.

“No planejamento urbano isso é fato. Nós precisamos da geografia para fazer a guerra, não a guerra convencional com armas, mas aquela guerra contra os exageros, contra as epidemias, contra as vontades muito peculiares. Precisamos conhecer nosso território profundamente e conseguir espacializar essas informações para analisar e dar respostas adequadas para a coletividade” afirma.

Ver o território e conhecer seus aspectos físicos, hidrográficos, enxergar o que é possível fazer e as questões sociais do território que estão em constante movimento são parte essencial do trabalho. Segundo Daniele, avançar no reconhecimento do território também pode significar se tornar um grande restringidor, no sentido de ter que lidar com a população que por algum motivo não poderá mais utilizar determinada área.

“Existem muitos loteamentos aprovados sobre a planície aluvial e as pessoas costumam olhar a sua propriedade, os loteamentos que foram aprovados como um lote comum, e não necessariamente ele será. Ele pode estar numa posição tão vulnerável que eu lá na prefeitura posso ter que dizer para seu dono que ele não pode usar”, conta.

Homenagem aos parceiros

“Resolvemos fazer esse evento também em agradecimento aos polos de apoio presencial da Região Metropolitana de Curitiba, que são nossos parceiros sempre. Chamamos os alunos dos polos, os gestores, os tutores e os coordenadores e três grandes palestrantes” diz a coordenadora do curso de Geografia, Renata Adriana Garbossa.

Para a diretora da Escola de Educação, Dinamara Machado, abordar meio ambiente com alunos de geografia é essencial. “Para nós, esse é obrigatório no curso de geografia. Mas não só isso, porque esse é um tema transversal, então qualquer licenciatura tem de trabalhar essa temática, até porque nós temos de pensar nas novas gerações, uma geração mais sustentável” diz.

O diretor da Escola Superior de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades, Rodrigo Berté, lembrou que vivemos um momento de insustentabilidade. “Hoje vivemos um momento não de sustentabilidade, mas sim de insustentabilidade pela ausência de profissionais para garantir que os projetos também atuem com a preservação ambiental. Hoje sustentabilidade é trabalhar o desenvolvimento com a preservação ambiental. Isso é um trabalho que se faz com pessoas que realmente entendem do processo de gestão urbana”.

Edição: Mauri König

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