Trilogia de livros destaca o envelhecimento na era digital

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

O lazer nunca foi um tema tão pautado quanto agora, principalmente depois da chegada da pandemia. Com o distanciamento e isolamento social, dentro de casa as pessoas começaram a redescobrir a importância dessas atividades para a saúde física e mental. O envelhecimento também se tornou uma questão, já que as pessoas vêm o tempo passar através das janelas e tiveram que se adaptar a um mundo digital, com o trabalho, estudo e lazer realizados de forma remota.

Antes da Covid-19, o “Lazer e envelhecimento na era digital” foi centro de discussão no 30º Encontro Nacional de Recreação e Lazer (ENAREL), realizado pela Uninter e pela PUC-PR, em Curitiba (PR), entre os dias 14 e 16.nov.2019. Os 144 trabalhos aprovados pela comissão científica e apresentados por pesquisadores de todo o Brasil se transformaram em uma trilogia de livros, organizados pela diretora da Escola Superior de Educação (ESE), Dinamara Machado, e os professores Marcos Ruiz, Fabiana Kadota e Katiuscia Figuerôa.

As obras publicadas pela editora Dialética e Realidade, intituladas “Resumos do 30º Encontro Nacional de Recreação e Lazer/2019”, podem ser adquiridas de forma gratuita. Em torno da temática central, os volumes carregam as mais diversas questões, divididas em alguns eixos. O primeiro aborda assuntos sobre lazer, acessibilidade e inclusão; lazer e envelhecimento; lazer, esportes e saúde. Já o segundo, traz artigos sobre lazer, educação e cidadania; lazer, formação e atuação profissional; e lazer e o universo digital. Por último, são apresentadas discussões acerca do lazer e meio ambiente; lazer, turismo e hospitalidade; política e gestão do lazer; e lazer e violência.

De acordo com Katiuscia, muitos dos pesquisadores entenderam o tema do evento de maneiras diferentes e, por isso, há tópicos sobre o envelhecer para além do corpo humano. Os profissionais debateram sobre “envelhecimento de práticas, dos espaços, das políticas que são feitar para essa área”. A professora ressalta que muitas pessoas, de diversas áreas de atuação, não se dão conta deste nicho de trabalho, então as obras disponibilizadas são importantes, inclusive para que vejam e entendam essa ascensão.

“Sabemos que em 2050 vamos ter mais idosos do que jovens, ou seja, a economia pode estar mais complexa do que hoje, porque vamos ter um número de pessoas menor rodando a economia e mais pessoas já na era do envelhecimento”, aponta Dinamara. Ao mesmo tempo, Marcos lembra de “estudos em que muitas pessoas, quando chegam na fase da aposentadoria, não querem se aposentar. Ou, quando fazem, entram em depressão. Isso tem a ver com o histórico de vida desse indivíduo”.

Isso leva os professores a pensarem nas discussões que se tem sobre o tempo disponível para o lazer e a linha que se tem criado entre o trabalho e o entretenimento, ainda mais tênue em tempos de home office. A professora Fabiana diz que “é muito comum a pessoa confundir”. Muitos que possuem hobbies como artesanato e a gastronomia, transformam esse momento em comercialização dos produtos, o tornando um interesse econômico e não apenas um prazer.

Isso faz com que os indivíduos, ao chegarem na terceira idade, não tenham mais saúde e motivação para as práticas, já que durante a vida não mantêm atividades regularmente, com qualidade e quantidade, conforme indicam Marcos e Fabiana. “Ser feliz é respeitar o seu momento do descontrair. Cada um tem seu hobby, sua atividade, e a primeira pessoa que tem que respeitar isso é você”, salienta a docente.

Fabiana afirma ainda que “agora a gente está vivendo isso de uma forma muito forte, muito evidente. Nós temos pessoas dentro de casa, dentro desse envelhecimento e buscando o contato digital, que talvez seja a única possibilidade. Então é uma obra muito atual. Com certeza nós vamos ter trabalhos fantásticos daqui para frente em relação a essa temática e mudança de comportamento”.

Já Katiuscia ressalta que as publicações são uma forma dos educadores e pesquisadores devolverem à sociedade o que adquiriram de conhecimento nas universidades, sejam elas públicas ou privadas. “Isso que a gente tenta fazer e, dessa forma, democratizando. É um material gratuito, de qualidade, que vai, com certeza, ajudar pessoas que são das mais diversas áreas profissionais”, conclui.

Os profissionais debateram e apresentaram os destaques da primeira obra na última edição do programa Dialética e Realidade, apresentado por Dinamara. A transmissão, que aconteceu ao vivo no dia 14.abr.2021, contabiliza mais de 1,1 mil visualizações e segue disponível para acesso.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Marcus Aurelius/Pexels


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