Todos em casa, tudo na rede. Como o curso de Jornalismo se saiu bem na pandemia

Autor: Fillipe Borba - Estagiário de Jornalismo

Desde março, o mundo se viu em um movimento de recolhimento. As ruas, antes movimentadas por automóveis, pelo vaivém dos transeuntes foram ocupadas pelo silêncio, um certo vazio, preenchido apenas por trabalhadores de serviços essenciais que não podiam ficar em casa, cumprindo uma das poucas medidas claramente efetivas no controle da Covid-19, o distanciamento social.

A Uninter prontamente aderiu as mudanças que o momento atual pede. O professor Guilherme Carvalho, coordenador do curso de Jornalismo, contou como ele e sua equipe de professores e funcionários estão lidando com a novidade de ter 100% dos alunos estudando na modalidade a distância. As mudanças não estavam fora do radar do coordenador.

“A gente sabia que a qualquer momento a instituição tomaria algumas providências, pois estávamos acompanhando pelo noticiário a movimentação nos outros países. Era uma questão de tempo para entrar em um processo diferenciado de trabalho. Nós obedecemos a Reitoria. Na primeira semana, quem era grupo de risco foi mandado para casa e, depois, todos os outros”.

Na Uninter, o curso de Jornalismo é ofertado em três modalidades: presencial, semipresencial e EAD. Segundo Guilherme, a estrutura que a instituição já possuía facilitou a adaptação das aulas dos alunos presenciais e semipresenciais à educação a distância.

“Mantivemos os mesmos professores nas turmas e adaptamos as atividades. Antes, elas eram feitas em sala de aula e nos laboratórios para os alunos do presencial e do semipresencial. O que era proposto foi integralmente transferido para o ambiente virtual. Em geral, os professores se saíram muito bem”, afirma Carvalho.

“Quando observamos a CPA (Comissão Própria de Avaliação – método de avaliação interna da qualidade dos cursos), temos professores bem avaliados, pois eles se empenharam em fazer uma boa aula, em dar atividades legais, tentar prender a atenção dos alunos, garantir o aprendizado deles”, explica.

O aluno foi o centro das atenções da equipe do curso de Jornalismo. “Mesmo sabendo que nós temos condições diferentes das demais instituições, temos material didático para o aluno estudar em casa, tecnologia para transmissão, toda a expertise dos professores, funcionários da Uninter, tudo isso facilita muito o processo, mas ainda assim a adaptação dos alunos à nova realidade é o grande desafio”.

E todo o esforço empregado em manter as aulas acontecendo valeu a pena. “A reação dos alunos, em geral, foi boa. Acabei presenciando isso nas videoconferências com uma grande participação, inclusive alunos da modalidade EAD que nunca participavam das aulas presenciais, a grande maioria compreendeu a situação e as condições que a gente tinha. Era isso ou a suspensão do calendário acadêmico”.

Carvalho explica que a suspensão total das aulas poderia acarretar atraso na formação dos alunos, além de desperdício de dinheiro da instituição. Desse modo, boa parte do conteúdo ministrado pelos professores de Jornalismo está disponível no canal do Youtube do curso.

“Ele já existia, nós utilizávamos o canal para divulgar os produtos desenvolvidos pelos alunos nos trabalhos laboratoriais e projetos de extensão. O nosso Teju, Brasil Repórter, programa Comunica e, eventualmente, tutoriais. Mas como estamos nesse período de isolamento, a gente precisou achar maneira de transmitir conteúdos, fazer atividades que antes eram feitas na Uninter. A plataforma foi escolhida porque é simples, fácil de usar, bastante conhecida e com várias funcionalidades, inclusive a possibilidade de chat para os alunos interagirem”.

Além das aulas, o canal do Youtube é a nova casa do programa Contra-Informação, antes transmitido apenas pela Rádio Uninter, que conta semanalmente com a presença de profissionais atuantes no jornalismo conversando sobre assuntos pertinentes da classe. Sempre com a presença do professor Guilherme Carvalho e de Mauri König, editor-chefe do Uninter Notícias.

Por mais que adaptações aconteçam, o momento de incerteza ainda interfere bastante na forma como nos relacionamos com a rotina. Para suprir as demandas dos alunos, Carvalho aposta na proximidade pelas plataformas virtuais.

“É normal que o aluno se sinta perdido. Vivemos uma situação nova que quebrou a rotina de todo mundo, mudou as condições de estudo, então é normal sentir um pouco de ansiedade. A gente conversa, estou sempre em contato com os alunos, perguntando como eles estão. Fiz várias reuniões com eles, fizemos conferências apenas para tirar dúvidas. A orientação é manter a calma, manter o foco”.

Para conseguir desestressar em casa, é preciso fazer coisas que lhe deem satisfação. Carvalho, por exemplo, toca baixo e afirma que os momentos com o instrumento são importantes em sua nova rotina. “Não é um período simples. É uma situação que a gente não esperava, está fora do nosso controle, do que previmos, isso está acontecendo com todas as instituições de ensino no mundo. A Uninter acertou na medida, nas decisões, porque o principal aqui é o respeito aos professores e alunos, entendendo que se não tomassem as medidas de isolamento, talvez houvessem casos de contaminação na empresa”, comenta.

Agora, o momento obriga a permanência dentro de casa. Mas daqui a algum tempo, há perspectivas de que a vida voltará a um novo normal. Sobre toda essa conjuntura, Carvalho deixa uma mensagem: “Paciência, calma, serenidade, foco nas coisas que são importantes. Primeiramente, cuidar da saúde. Depois também compreender que essa situação não é para sempre, mas quando nós tivemos um momento mais seguro, a tendência são as coisas voltarem. A vida não vai parar e devemos estar preparados”, finaliza.

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Autor: Fillipe Borba - Estagiário de Jornalismo


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