Tempos difíceis exigem mais equilíbrio financeiro

Autor: Guilherme Augusto de Carvalho*

A vida em sociedade assemelha-se muito ao funcionamento de um relógio, pois se uma engrenagem ou alguma peça parar de funcionar, tudo para. Se uma das peças der problema, prejudicará a máquina toda.

Quando a pandemia surgiu, trazendo instabilidade e ceifando a vida de muitos entes queridos, ela trouxe a tiracolo também uma insegurança. Muitas empresas passaram por dificuldades e, por conta disso, várias pessoas ficaram sem trabalho, mostrando como a engrenagem da sociedade é interligada.

A guerra é outro exemplo que mostra como uma engrenagem estragada pode prejudicar toda a sociedade, pois algo que está acontecendo bem distante de nós também afeta a nossa vida e economia, além de deixar aquele sentimento de instabilidade no ar.

Ter a consciência de que as mudanças surgem muitas vezes de forma inesperada é o ponto de partida para quem quer viver de modo um pouco mais equilibrado.  Se por um lado queremos muito conquistar as nossas coisas, viajar e viver bem, por outro, precisamos ter sabedoria na hora de gastar. Para continuar estabilizados, não podemos pensar apenas nas coisas que queremos adquirir, precisamos aprender a pensar além desse ponto e ter estratégias para administrar o dinheiro. Principalmente por causa das mudanças e problemas que surgem sem nos avisar. Não é possível prever todas as catástrofes; por isso, precisamos estar preparados e cultivar o equilíbrio financeiro.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no início deste ano, o nível de endividamento em 2021 foi um dos maiores em 11 anos. Sendo que um dos principais tipos de endividamento é o cartão de crédito.

A verdade é que o brasileiro, desde o período escolar, não é ensinado a administrar o seu dinheiro e muito menos sabe ser precavido ou consegue guardar uma reserva financeira para casos de emergência. Somando isso ao fato que muitos não ganham nem para o básico, muito menos para uma reserva, a instabilidade termina por ser certa. E a saída é quase sempre recorrer ao cartão de crédito ou aos empréstimos, uma opção que quase sempre causa desequilíbrio.

Entendendo que somos parte dessa engrenagem e, sendo assim, estamos sujeitos a mudanças, podemos administrar melhor nossas finanças e estar sempre preparados no âmbito pessoal e profissional.

Fugir dos excessos, entendendo que não precisamos de tudo e que, às vezes, vale a pena esperar um pouco para adquirirmos um bem, é o primeiro passo para não deixarmos as nossas finanças no vermelho. Comprar por impulso é sempre perigoso, e seguir usando o cartão de crédito sem qualquer medida é a receita do descontrole financeiro.

Se por um lado não controlamos as catástrofes ou problemas, por outro, é possível viver com equilíbrio, aproveitando a vida, mas também buscando estar preparados para os dias difíceis. Uma reserva de emergência e saber administrar o cartão de crédito são soluções para problemas que surgem sem imaginarmos. É claro que nem todos os problemas se resolvem dessa forma, mas poupamos muitas dores de cabeça, tendo algo guardado para tempos complicados.

Viver sempre no limite, além de custar a nossa paz, nos deixa instáveis diante das mudanças. Por isso, aprenda a estar preparado!

* Guilherme Augusto de Carvalho é mestrando em Filosofia, bacharel em Teologia, especialista em Filosofia, Ciências da Religião e Ensino Religioso. Professor da área de Humanidades da Uninter.

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Autor: Guilherme Augusto de Carvalho*


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