Concurso Cultural - Egresso

“Sorria, a vida é bela!” Quando uma frase serve de inspiração para vencer

Autor: Beatriz Vasconcelos Barboza - egressa de Jornalismo (Curitiba)

A Wikipedia diz que o jornalismo “é a coleta, investigação e análise de informações para a produção e distribuição de relatórios sobre a interação de eventos, fatos, ideias e pessoas que são notícia e que afetam a sociedade em algum grau”. Enquanto conta uma história e entrega informações ao leitor, o jornalista deve sempre seguir critérios rigorosos para não adulterar a realidade dos fatos retratados.

Assim como na atividade profissional existem métodos indispensáveis a serem seguidos, para um estudante de Jornalismo da Uninter a frase “Sorria, a vida é bela!” se tornou um lema fundamental durante os estudos, principalmente em momentos de dificuldade. Luis Gustavo Oliveira, 23, finalizou sua graduação em maio de 2020. Especialmente na reta final de conclusão do seu curso, para se manter motivado, o estudante se apoiou na expressão em que tanto acredita.

Desde criança, Luis demonstrava interesse pela área da comunicação. Tinha curiosidade em saber o que havia por trás do rádio e dos programas da televisão. O recém-formado jornalista afirma que quando criança pensou em desempenhar diversas carreiras, como professor, médico, bombeiro e policial. Mas a área que mais o atraía era realmente a da comunicação. A prática de ouvir rádio era comum em sua casa, e a curiosidade que o garoto tinha em entender como funcionava a transmissão sonora foi um fator essencial para a escolha do futuro estudante de jornalismo.

Luis iniciou sua graduação em 2015, aos 17 anos de idade. Entretanto, faltou dinheiro para cursar a graduação. Para que pudesse continuar estudando, ele precisava de uma fonte de renda que viabilizasse suas despesas com as mensalidades do curso. Sem conseguir emprego para se manter na faculdade, ele se viu obrigado a trancar a matrícula.

Em 2016, o jovem tinha esperança de voltar a estudar e encontrou na Uninter a chance de ingressar novamente no curso de Jornalismo e assim continuar em busca da concretização do seu sonho, graças ao Programa de Financiamento Estudantil (FIES). De início, Luis sentiu certa insegurança ao trocar de instituição de ensino, já que havia iniciado o curso em outra universidade. Para se sentir mais tranquilo, decidiu comparar as notas das duas faculdades no site do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Com nota 4 na avaliação do MEC, o desempenho do curso da Uninter figurava entre os melhores, o que levou o calouro a iniciar com total confiança seus estudos no campus localizado na praça Tiradentes, na modalidade presencial.

Durante o período de graduação, Luis buscou aproveitar a instituição ao máximo. Ao longo dos três anos, participou voluntariamente do projeto de extensão de rádio ‘Uninter Informa’, realizando seu desejo de infância de conhecer os detalhes da produção radiofônica. “Foi um período muito bom”, lembra.

Ele destaca que os professores pegavam bastante no seu pé para que melhorasse a desenvoltura na construção dos trabalhos acadêmicos, e isso o ajudou tanto no desempenho profissional como também em aspectos pessoais. Através de sua atuação no Uninter Informa, Luis ajudou a conquistar 2 troféus para a Uninter, em 2018 e em 2019, ao participar do Prêmio Sangue Novo, concurso anual promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SINDIJOR-PR). Além disso, teve a oportunidade de apresentar o projeto da rádio no Intercom Sul, um evento importante para a área de comunicação.

Apesar da correria para conseguir conciliar as tarefas diárias, ele afirma que gostou muito de toda a grade curricular do curso, desde as aulas mais práticas até as mais teóricas. Todavia, confessa que sentia um interesse especial pela disciplina de Jornalismo Impresso, mesmo considerando o processo de produção dessa matéria em declínio no mercado de trabalho. Na opinião do jornalista, a Uninter contribui significativamente para a preservação das características dos jornais impressos ao disponibilizar um espaço para a publicação de reportagens em seu jornal-laboratório, o Marco Zero.

Quando questionado sobre quais os melhores trabalhos que desenvolveu durante o período de graduação, Luis lembra com especial carinho de uma matéria que produziu sobre a questão da adoção de crianças: “A reportagem foi muito importante para mim. Me ajudou a melhorar como pessoa e ter empatia pelas crianças que estão na fila de espera aguardando por um lar”. Outra de suas produções preferidas é a que abordou a utilização de mão de obra de detentos na realização de serviços sociais.

Apesar de beneficiado pelo FIES, o estudante passou por dificuldades financeiras quando ficou desempregado, entre julho de 2017 e maio de 2018. Na época, ele morava somente com a mãe, Maria Aparecida, que trabalhava como zeladora e nem sempre conseguia ajudar o filho com as despesas de alimentação e transporte. Morando na região metropolitana de Curitiba, deslocar-se diariamente até a faculdade era um desafio, e às vezes faltava dinheiro para o ônibus. Para conseguir arcar com as mensalidades, ele se virava como podia, por exemplo, vendendo produtos cosméticos durante o mês até juntar o valor necessário. Definitivamente, não foi um momento fácil, mas mesmo assim Luis não deixava de manter um sorriso estampado no rosto.

Sem desanimar, ele foi perseverando dia após dia, até que em 2019 conseguiu um estágio na Agência Mediação, vencendo mais um período turbulento da sua jornada. Ele considera a necessidade de trabalhar durante a graduação como algo complicado, já que restringe o tempo que se pode dedicar ao estudo, porém muitas vezes essencial para que alunos de baixa renda como ele consigam se manter no curso. O período em que ficou desempregado teve papel fundamental em sua jornada, contribuindo para um momento de imersão no jornalismo, que se tornou sua única ocupação. Foi quando realmente pôde se entregar para a graduação e aprimorar habilidades de extrema importância para a profissão.

Desde que iniciou o curso, Luis desenvolveu trabalhos para vários setores da comunicação, em iniciativas como o Redação em Campo, a BandNews FM, o Governo do Estado do Paraná e a Prefeitura da Fazenda Rio Grande. Atualmente, trabalha no setor de comunicação na Prefeitura de Araucária, região metropolitana de Curitiba. Sua inserção no mercado de trabalho só foi possível graças ao portfólio que construiu durante a faculdade, aliado a uma rede de contatos que criou ao longo do período de graduação.

Sobre a Uninter, o jornalista destaca que a qualidade do ensino, a qualificação dos professores e a estrutura tecnológica disponibilizada para os alunos valorizaram bastante seu processo de aprendizagem. “Considero que ali tive muitas oportunidades para lapidar o jornalista que estava guardado dentro de mim. Aflorar meu faro jornalístico e reafirmar que era isso mesmo que eu queria”, afirma.

Tendo superado diversas barreiras ao longo de sua formação, ele faz questão de contribuir com algumas dicas para os estudantes de comunicação: “Valorize-se, mostre seu trabalho, mostre que você existe, mostre que você tem capacidade e aceite os desafios. Se não souber, peça ajuda, amparo, mas não desista. Isso é muito importante!” E, claro, nunca deixe de sorrir.

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Autor: Beatriz Vasconcelos Barboza - egressa de Jornalismo (Curitiba)
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Leandro Zapechouka, Tom Neves, Ivone Souza


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