Semana de Geografia reúne grandes especialistas da área e leva milhares às redes

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

Pelo quarto ano consecutivo, a Semana de Geografia reuniu professores da Uninter e especialistas dos mais diversos ramos que integram esta ciência. Nesta edição, pela primeira vez o encontro foi realizado à distância, por causa do distanciamento social imposto pela Covid-19. Entre os dias 25 e 29.jun.2020, cinco lives foram transmitidas através da página do Facebook de Geociências da instituição. Em quase nove horas de transmissão, elas contabilizam sete mil acessos.

Coordenadora da área de Geociências da Uninter, Renata Garbossa iniciou a programação dando boas-vindas aos alunos de todas as regiões do Brasil e do exterior que acompanhavam ao vivo, destacando a relevância dos temas escolhidos para os debates e a excelência dos professores convidados para a explanação dos assuntos.

“Eu gostaria de não só agradecer os professores, de toda a área das Geociências por terem auxiliado, por terem trabalhado arduamente na organização. Nós sabemos que o evento, uma atividade dentro da academia, se faz com muitas mãos. Então desde o setor de mídia, o setor de marketing, todos os setores envolvidos na semana, o nosso muito obrigada”, agradeceu.

Os clássicos das Geociências

A Geografia traz grandes pesquisadores exploradores ao longo de sua história, desde os clássicos no século XVIII. Dois dos mais importantes são Charles Darwin e Alexander von Humboldt.

Humboldt é um geógrafo, naturalista, explorador alemão, que nasceu no ano de 1769. Ele é considerado o primeiro descobridor científico das Américas, pois fez diversas descobertas ao decorrer de suas viagens entre os anos de 1799 e 1804 por países americanos. Hoje existem várias homenagens de institutos, fundações, acidentes geográficos que carregam o nome do cientista.

“Ele realmente vai descobrir, catalogar, demonstrar, vai descrever todas as riquezas não só naturais, mas também humanas dessa região, desse continente”, conta Kalina Springer, professora-doutora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Kalina fez um resgate histórico e apresentou quem foi Humboldt, trouxe uma contextualização política e científica da época em que o geógrafo viveu e quais elementos o constitui enquanto pesquisador. Desde acontecimentos dentro da própria família, até os grandes conflitos históricos que vivenciou, como a Queda da Bastilha, a Revolução Francesa, o Iluminismo, o Romantismo, entre outros.

“Uma das coisas que diferenciava as pesquisas desenvolvidas por ele, foi justamente a influência que o movimento romântico teve nos seus trabalhos”, conta. Ela explica a concepção de natureza que Humboldt tinha, integrando objetividade e subjetividade. “Na concepção dele não existia como fazer uma ciência unicamente objetiva, a ciência não era unicamente objetiva, ela também era subjetiva, ela também envolvia emoção. E a partir dessa emoção, dessa subjetividade eu conseguia também entender essas conexões que existem entre os elementos”.

A profissional fala sobre as teorias e descobertas de Humboldt, mostrando algumas das quase 200 gravuras que ele desenvolveu, entre mapas, cartas e desenhos.

Humboldt foi ídolo de um outro grande cientista, descobridor de teorias da humanidade, que são paradigmas da ciência da vida atual: Charles Darwin. O inglês nasceu em 1809, em uma família abastada, que tentou fazê-lo um médico, sem sucesso. Ainda assim, Darwin deixou um grande legado.

“Dado a quantidade de coisas que tem sobre ele, tem pesquisadores que falam que existe no meio acadêmico um tipo de “indústria Darwin”. A quantidade de materiais que são publicados diariamente, da vida, a obra do próprio Charles Darwin. A concepção de natureza que temos hoje, é fomentada, grande parte, na contribuição de Charles Darwin”, comenta Carlos Geraldino, professor-doutor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

Geraldino contextualiza toda a vida de Darwin, as grandes expedições que ele fez. Colocou em pauta as concepções que o explorador desenvolveu do mundo em vários aspectos, as ideias que eram testadas em seu próprio jardim e que o levaram a grandes descobrimentos, além das parcerias que fez com outros cientistas. Um dos pontos abordados é a vinda do cientista para o Brasil, lugar que o admirou e espantou ao mesmo tempo.

“O Brasil vai surpreender muito Darwin em relação a biodiversidade e vai surpreender de forma negativa em relação a nossa sociedade. A nossa natureza agradou muito e a nossa sociedade desagradou profundamente, porque Darwin já participava de uma família que era contra a escravidão e o Brasil, como sabemos, foi um dos últimos países do mundo a deixar de ter escravos”, explica.

O profissional ainda fala sobre a concepção de natureza a partir dos cinco nãos: não essencialista, não progressista, não hierárquica, não teleológica e não antropocêntrica. Além de vários outros tópicos relacionados com toda a vida e a percepção de Darwin sobre o mundo.

Todos esses conhecimentos sobre os pesquisadores foram transmitidos na live do dia 25.mai.2020 (você pode assistir clicando no link). A professora Larissa Warnavin mediou o bate-papo entre os profissionais.

 

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo


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