Saiba por que indicadores de desempenho são fundamentais para atingir o sucesso

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

Quando um trabalho é realizado, seja em pequena ou grande escala, é preciso avaliá-lo constantemente para saber se as coisas estão na direção correta. Para fazer esse acompanhamento, existem os sistemas de avaliação de desempenho. Esses sistemas exigem um alto investimento e, para que funcionem bem, os trabalhadores devem estar cientes de sua importância.

Dentro da indústria, podemos observar um conjunto de medidas para mensurar a performance industrial. Não só na parte industrial, mas em todas áreas dentro das grandes empresas, esse conjunto de indicadores mede a eficiência dos processos.

Robson Celli tem 25 anos de atuação dentro da área industrial, principalmente na parte automotiva. Trabalhou em empresas francesas, norte-americanas, alemãs e atualmente está em outra empresa norte-americana. Robson afirma que tudo tem um indicador.

Indicadores de desempenho

“Os indicadores servem para saber para onde vamos, aonde estamos, e para onde queremos ir. Dentro desses indicadores são traçados objetivos diários, semanais, mensais e fechamentos de resultados. Conforme são atingidos esses objetivos, são traçados novos indicadores. Isso auxilia para que se concretizem os planos estratégicos da empresa”, ressalta.

Esses indicadores estão presentes desde a alta direção até o nível operacional, cada um com o seu nível de complexidade. A alta direção vendo o budget [orçamento] e os custos de uma forma geral, e o operador cuidando das pequenas falhas de processo, que possam gerar sucata e desperdícios. No fim, acaba sendo um grande valor.

“Na empresa em que trabalho, temos indicadores de custos na parte do RH e nas questões de produtividade e de melhorias de processos. Existe o KPI, Key Performance Indicator, em inglês, ou indicador chave de desempenho. Eles se desdobram em alguns eixos, de pessoas, de produção, custos e qualidade. Não foge muito disso, as grandes empresas têm essa estrutura”, salienta.

Segundo Celli, os indicadores que causam mais impacto são os da produção, pois eles fazem a gestão do cumprimento das metas diárias de produção. Quando este volume é atingido, há uma redução de custos, e atrelado a isso há o indicador de custos. No setor de qualidade e de pessoas também ocorre um grande impacto. Uma área influencia a outra, um indicar sempre ajuda o outro e isso reflete no custo do produto.

Também existem indicadores na parte de segurança, que cuida do nível de acidentes. “Alguns indicadores são específicos de alguns departamentos, como qualidade, nível de não conformidade, questão de auditorias”, diz. Celli conta que trabalhou na Renault por 15 anos e lá havia os analistas de performance. Eles faziam todo o estudo dos indicadores e a verificação do que era necessário ser feito para que as metas fossem atingidas.

“Uma grande tomada de decisão que eu vivenciei foi quando a Renault mudou a planta toda da fábrica para aumentar a produção. Foi uma decisão estratégica da empresa, com um investimento monstruoso. Muitas vezes, para a empresa ter competitividade ela precisa investir. O Lean Manufacturing (sistema de gestão para otimizar a produção) vem para isso, para que esse investimento seja assertivo”, explica.

Para que os indicadores de desempenho façam a diferença, é preciso conscientizar toda a equipe, para que entendam a importância da ferramenta. “Algumas empresas usam workshops para fazer o envolvimento das pessoas, para que haja essa reflexão. Também usam fichas análises, para mostrar onde estávamos, qual vai ser nosso objetivo e como fazer para alcançá-lo. Sem o envolvimento das pessoas é difícil fazer algo”, comenta.

Além disso, é fundamental definir um objetivo atingível, pois se não é atingível, as pessoas são desmotivadas. Não significa que tenha que ser um objetivo fácil, ele deve ser desafiador, mas algo que seja possível de ser concretizado.

“As pessoas não gostam de ser medidas, mas devemos fazer com que elas compreendam que é necessário para a sobrevivência da empresa. Saber fazer esse envolvimento, mostrar os indicadores e dar todo o suporte, é importante para que esse resultado seja atingido. Caso não seja, deve-se fazer uma análise para saber por que”, pontua.

Esses acompanhamentos são realizados através de gráficos que são plotados diariamente, seja no indicador que for. Algumas indústrias usam até plotagem de hora em hora. Existem alguns sistemas que facilitam essa extração de dados, como CLP (Controlador Lógico Programável), usado para comandar e monitorar máquinas ou processos industriais, por exemplo. Com isso, é possível ter um grande detalhamento de dados para ser analisado.

Pensando em pequenas empresas, muitas vezes são utilizados formulários e gráficos. Essa orientação é a bússola que diz se você está indo para o lado certo ou não.

Indicadores mais usados

Dentre os indicadores de desempenho mais usados, existem duas ferramentas: o KPI e OKR (Objetivos e Resultados-Chave). O KPI é usado em objetivos a médio e longo prazo, como produção e custos gerais, entre outros. Já o OKR é usado mais a curto prazo, pois é uma quebra de paradigma, seja algum projeto que está entrando, ou uma oportunidade de mercado que surgiu.

No futuro esse OKR pode vir a se transformar em um KPI. A partir do momento que você o cumpriu e está em um novo patamar, pode ser transformado em um KPI e segui-lo no resto do ano.

É preciso ser assertivo no que trabalhar, para que você direcione sua mão de obra no que vai gerar resultado. “Gosto muito do pareto (princípio que prevê que 80% dos efeitos surgem de 20% das causas). Se eu tenho um problema de produtividade, e tenho essa extração de dados, vou fazer um pareto, pois existem várias causas. Em algumas é possível atuar imediatamente, com baixo custo, e outras necessitam de investimento. É importante ter no pareto as causas”, complementa.

Por fim, Robson Celli deixou algumas dicas para quem quer entrar se inserir na performance industrial: “Existem vários cursos que trazem uma boa noção . O lean six sigma, green belt ou black belt e qualquer curso ligado ao lean manufacturing. Hoje, com o acesso facilitado, podemos ler artigos do assunto, dissertações, livros, e outros”, conclui.

Robson Celli foi o convidado de Jéssika Alvares Coppi para debater sobre indicadores de desempenho no programa GERIR, da Escola Politécnica da Uninter, no dia 8 de novembro. Você pode acompanhar o evento na íntegra clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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